domingo, 28 de setembro de 2014

Praia da Pipa - RN



Depois de cumprir o meu horário na sala de aula, eu ainda tenho a opção de dar uma voltinha pela minha nova localidade. Ao invés do trânsito de São Paulo e do Shopping logo ali, eu tenho o melhor do litoral do Rio Grande do Norte pra passear. São muitos quilômetros de praia, uma diferente da outra, e todas fazemos caminhando.

Já faz tempo que não sei o que é poluição. Não peguei um resfriado o ano inteiro e saio todos os dias pra ver o sol, o céu e o mar. Também tinha irritação na pele porque era muito seca, ficava vermelho e coçava, mas isso simplesmente desapareceu.

Agora vivo bronzeada, de biquini e só uso chinelo faz tempo... Aula de Educação Física, quando é fora da sala, é à beira mar.

Então, diante do exposto, acho que vai ser muito difícil eu me adaptar ao mundo fechado de uma criança em uma cidade grande.

Durante a viagem conquistei alguma independência. O suficiente pra dizer que não quero voltar, com certeza!!!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Imagem x Realidade

Eu já conhecia um pouquinho do Nordeste Brasileiro antes de viajar, mas conhecia como turista.
Dessa vez viajo como cidadã, tocando a minha vida e os meus estudos e aprendendo sobre o Brasil.
É diferente!

Confesso que tive medo de estudar nas escolas dessa região.
Tive medo porque todo mundo diz que se trata de lugares pobres, com menos recursos, castigados pela seca, pela baixa instrução, pela miséria mesmo... Fora o litoral e a beleza das praias, todo o resto me dava uma certa angústia.

Mas não é nada disso!

O contraste existe no país inteiro.
"Por fora bela viola, por dentro pão bolorento."

O que faz a diferença de cada uma das escolas no que diz respeito à perspectiva, são as pessoas.

Quem acha que a Região Sudeste é a mais rica e oferece melhores condições educacionais, não sabe de nada... Sabe apenas do que passa na televisão, o que ouve das mesmas pessoas com as quais convive deste sempre e o que pensa há tanto tempo que ainda não se deu conta que está ultrapassado.

Já morei no Rio de Janeiro, e pra quem não sabe, comecei lá na escola aos três anos de idade. Moro em São Paulo, considero boas as escolas que estudei (sempre estudei em escolas particulares e caras), mas o problema ali está do outro lado, nas crianças ou na forma como estão sendo educadas... Minha experiência em Minas Gerais, nem preciso dizer, está publicada aqui no Blog.

A boa notícia é que encontrei, no Rio Grande do Norte, uma boa escola.
Na verdade encontrei, no Rio Grande do Norte, gente interessada e dedicada.
Encontrei gente que trabalha de verdade.

Tenho aprendido muito com o universo ao meu redor.
Também tenho os meus desafios pessoais.
Estou crescendo e, às vezes, dói.

O Sudeste não era o que eu pensava.
O Nordeste não é o que eu pensava.

As crianças de São Paulo estão em um nível educacional menor do que eu esperava.
As crianças da estrada estão em um nível mental melhor do que eu esperava.

O Brasil não é o que eu imaginava.
O Mundo, com certeza, não é o que eu imagino.

E eu, o que sou, dentro e fora, diante de tudo isso?













sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Bom dia!

"Os melhores professores são aqueles que te mostram para onde olhar,
mas não dizem o que você deve ver."

Alexandra K. Trenfor




quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Costa Brasileira: Nordeste

O que eu mais  gostando em viajar pelo litoral brasileiro (fora a praia!) é a oportunidade de estar perto dos animais. Eu nunca pensei que veria e até tocaria os bichinhos do mar. E também não saberia, em escola nenhuma, tudo que tenho aprendido com os projetos de Educação Ambiental.

Depois que saí da Chapada viajamos para a costa da Bahia. O primeiro lugar que chegamos foi a Praia do Forte, porque no trabalho da minha mãe a colonização portuguesa e as invasões estrangeiras são muito importantes. E meio que tudo começou por ali.

Eu achei que o meu negócio seriam as praias maravilhosas, mas além disso tive uma grande surpresa, fomos avistar Baleias Jubarte em alto mar e conhecer o Projeto Tamar.

Imaginem a aventura. Aprendi tudo sobre os animais marinhos e muito sobre o oceano.
Fiquei encantada!!!

Essa foto aqui é uma montagem feita pelo pessoal para levar de recordação. Fiquei sabendo que as tartarugas marinhas são perigosas nesse sentido. Quem diria, com essa carinha! :)

Mas no projeto eu passei mesmo a mão naquele que eu juraria que me comeria viva: o tubarão!
Os monitores permitiram que eu passasse na espécie do Tubarão-Lixa, e ele ficou olhando enquanto várias pessoas o tocavam. Não fez nada. Um querido!!!

Vejam, quando não conhecemos as coisas não preservamos, falamos e fazemos besteiras.
Essa experiência me ensinou muita coisa, mas destaco aqui um aprendizado muito sutil.
Nunca devemos julgar, muito menos pelas aparências.

Educação Ambiental interessa, é bom para os animais, para o meio ambiente e para as pessoas. Devia ser matéria de escola!



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Escola Municipal Coronel Horácio de Matos - Lençóis - Bahia

Chegamos à escola e ressaltamos o que havia de mais importante: buscamos a atenção da direção em sentido geral, com foco nas avaliações do bimestre e a atenção dos professores de forma pontual.

Foi falado sobre a necessidade de um diagnóstico de conteúdo, sobre a necessidade de compartilhar a experiência com todos oficialmente e sobre a necessidade de documentação dos fatos. Como sempre fomos muito bem recebidas, tudo foi compreendido e a disponibilidade e envolvimento pareciam imediatas.

Minha mãe conseguiu, pela primeira vez, ter as portas abertas para falar diretamente com os professores. Com aqueles que encontrou, ela falou, e tivemos sim algum efeito positivo; menos com a professora de matemática.

Como já comentei aqui ocorreram mais faltas de professores do que em todas as escolas. Quando questionada as pessoas alegavam, invariavelmente, "problemas de saúde". Consideramos o fato de uma grande hipocrisia, visto que em muitas situações nas diversas cidades (que são sempre muito pequenas) encontramos os mesmos professores em outras atividades.

As faltas dificultaram não apenas as aulas como também as avaliações. E ao final, como já era esperado, nada de fato havia sido acompanhado pela direção e os professores improvisaram de verdade tudo que lhes foi solicitado.

Consideramos, no geral, que no limite de datas e horários a equipe conseguiu nos dar muito pouco do que foi pedido. Pouca atenção, pouco interesse, pouca matéria, pouca documentação.

Também sentimos um boa dose de falta de profissionalismo no dia-a-dia. Fui liberada inúmeras vezes da escola sem que minha mãe soubesse; fiquei sem aula, as aulas que tive não tinham qualidade, o que foi solicitado não foi entregue nos prazos, nenhuma comunicação foi feita e até os telefones que nos passaram nunca nos atenderam... A informalidade merece destaque nessa escola!

No final minha mãe ameaçou fazer um Boletim de Ocorrência porque eram 18 h de uma sexta-feira (partiríamos no dia seguinte) e a documentação ainda não havia sido entregue. No final saímos com a Declaração e algumas notas, mas avaliação mesmo só a nossa.

Simpatia não falta, o que parece que falta é trabalho!!!


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Aula na Estrada

Já faz um tempo que encerrei com a escola na Chapada.
Na última semana pegamos a estrada em direção ao litoral baiano.
Muita aula de clima e vegetação pelo caminho.
De uma só vez eu vi passar pela janela do carro a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica.
Escuto o termo "transição" toda vez que minha mãe pergunta sobre a vegetação.
E já aprendi muito de solo, clima, flora e fauna por minhas andanças.

No interior da Bahia destaque para o mandacaru, a palma e árvores de galhos secos.
O mandacaru é lindo, a palma refogadinha uma delícia e os galhos secos ensinam a sobreviver.

Quando não chove por um longo período, as árvores secam para reter a água e assim resistir melhor à estiagem, economizando recursos e energia.

Sabe de uma coisa, aprendi mais com as árvores secas da estrada do que com os professores da Chapada. Tá certo que foram apenas 10 dias, mas para um bom entendedor um pingo é um "i". 

Geografia, no caso, em duas semanas na escola tive apenas duas aulas, porque a professora faltou durante todo esse período... Muitos outros faltaram, sempre porque estavam "doentes".

Acho que esses professores precisam aprender mais com as plantas da sua região.
Será preciso resistir a falta de respeito generalizada e a falta de vontade pessoal.
A verdade é que, de uma forma ou de outra, tive que sobreviver a todos eles.


Palma - Iraquara _ Bahia