sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Conhecimento e Memória - Costa Norte do Brasil

Como disse em meu post anterior, enquanto viajo de Pipa (RN) para a Região Norte, conheço, experimento e estudo sobre a Costa Norte Brasileira.

O Brasil é banhado pelo Oceano Atlântico, desde o cabo Orange até o arroio Chuí, numa extensão de 7.408 km que aumenta para 9.198 km se consideramos as saliências e as reentrâncias do litoral, ao longo do litoral se alternam praias, falésias, dunas, mangues, recifes, baías, restingas e outras formações menores.

Geofisicamente o litoral nordeste é formado pela junção da costa norte com a costa leste. Portanto é o único dos litorais do Brasil que possui metade da costa norte e metade da costa leste, com mais de 3 mil km de extensão.

Esse país é muito grande mesmo. Essas "reentrâncias" são estuários, braços de mar, igarapés e muitos outros pedacinhos que se formam com o encontro da terra com o mar, por onde temos navegado e acessado de várias formas.

Tenho visto tudo com meus olhos, vivido tudo com meu corpo e guardado tudo em minha alma.
Tudo já é Conhecimento e tudo vai virando Memória.

Neste momento não estou em sala de aula,
mas a Geografia já faz tempo que está em mim.

Elementos da Costa Norte do Brasil
Ceará, Piauí e Maranhão


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Quando a Competência faz a Diferença

Se os candidatos não foram muito competentes em seus discursos e se a Presidenta Dilma não é muito competente em seu trabalho, eu realmente não sei. O que sei é que as demandas do meu dia-a-dia, como o próprio termo já diz, acontece agora, não dá pra esperar todo mundo se acomodar em suas mesas e decidir o meu presente ou o meu futuro de tão longe.

Há uma Resolução, mas não há normas para o atendimento do aluno itinerante em território nacional. Por conta disso, ficamos à mercê de profissionais interessados ou não, competentes ou não.

 O que sei realmente é que a competência da equipe Escola Vicência Castelo, na Praia da Pipa, está fazendo uma grande diferença em nossa vida.

Esclarecendo um pouco a questão, digo que permaneço matriculada na escola enquanto viajo por alguns dias pela costa norte do país. Saí de Pipa com uma orientação de estudos completa, de todas as matérias, com atividades, estudos e até uma entrevista pra ser realizada em minha ausência na cadeira do prédio. Sim, porque não estou fisicamente, mas continuo estudando durante este processo. Quando retornar, farei todas as avaliações perdidas no período. É como viajar e voltar, como faz qualquer aluno comum. 

Perdemos muito tempo em Minas Gerais, no primeiro semestre, porque não pensamos (e nem fomos orientadas) quanto a essa possibilidade. Tivemos que permanecer em São Thomé das Letras (a pior escola até agora) até terminar o primeiro bimestre; e depois tivemos que permanecer em Ouro Preto (a hospedagem mais cara até agora) para finalizar o segundo bimestre.

Nos dois casos era preciso nos ausentar da cidade pra localidades próximas. De São Thomé fomos para Tiradentes e São João Del-Rei por cerca de 15 dias. A única coisa que a diretora disse foi "Boa Viagem". Quando voltei pra fazer as avaliações, a professora de matemática ainda nem sabia da minha condição de ausente, e se negou a me dar as avaliações perdidas no período (*). Em Ouro Preto, a diretora foi informada que precisaríamos viajar por 10 dias, sendo solicitado que fosse feito um planejamento com minha mãe pra não ocorrer no período de avaliações... A diretora desapareceu, e quando minha mãe informou que viajaríamos, fui eu que apresentei as datas das provas na mesma semana. Resultado, tivemos que permanecer por 41 dias presas na cidade. Um terror!!!

(*) Este fato, entre outras ocorrências nessa escola, será denunciado à Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais.

Tudo isso pra que eu não perdesse matéria e não corresse risco de ser prejudicada nas avaliações de fechamento dos bimestres. Mas tudo isso atrapalhou muito, prejudicando nosso avanço pelas outras regiões, sobretudo a Região Norte.

Diante desse cenário, tivemos que encurtar nossa passagem do Rio Grande do Norte em diante; justamente o trecho mais difícil no que diz respeito a estradas, características e acesso em todos os sentidos. Muitas vezes temos que deixar o carro e seguir com outro veículo, devido a areia, aos rios e etc... Também o calor aumenta a cada Estado (e como faz calor!!!) complicando todo o trabalho, principalmente o fotográfico.

Nesta fase, não ficamos mais de três ou quatro dias nas localidades, a maior parte do dia estamos nos locomovendo com carros e/ou veículos apropriados ao trabalho da minha mãe, atrás de mangues, pássaros, animais e plantas de diversas espécies, se tornando inviável passar pelas escolas (na maioria dos lugares nem há escolas).

Se não fosse o constante acompanhamento da Escola Vicência Castelo e o esclarecimento de nossas possibilidades nessa condição de itinerância, tudo seria mais tenso e muito diferente nesse momento.

É por isso que digo que não basta apenas chegar na escola e fazer o seu "trabalho". Neste caso, o trabalho de estar presente. É preciso olhar com mais atenção às necessidades de cada aluno, itinerante ou não, procurando, na medida das possibilidades de nossa Legislação e da vontade de cada um, atender a todos. 

Ao contrário do que QUASE todo mundo pensa, nós alunos não somos uma massa, onde respostas padronizadas e sem reflexão podem ser dadas de forma indiscriminada. Somos educandos, cidadãos, temos direitos assegurados, seja dentro do padrão estabelecido, seja fora dele.

A maioria das pessoas aceitam, mas também nesse ponto minha mãe e eu somos diferentes.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

15/10 - Dia do Professor

Minha homenagem aos Professores que fazem diferença em nossas vidas.
Porque não basta estar em sala de aula ou passar o conteúdo obrigatório, é preciso mais do que isso. É preciso abrir caminhos.



sábado, 11 de outubro de 2014

"A Novidade Veio Dar À Praia"

Incansavelmente chegamos e iniciamos o discurso batido de que sou aluna itinerante, fico por cerca de 15 dias na escola, preciso realizar atividades para avaliação e preciso de um diagnóstico, sobretudo de matemática, com base no conteúdo curricular.

Depois de tantas decepções, menos com o Sistema Público de Ensino e mais com as pessoas que vivem dele, não esperávamos nenhum outro tipo de atendimento, a não ser aquele em que chego, frequento e saio da escola com todos indiferentes às minhas solicitações e necessidades, com desculpas esfarrapadas de quem na verdade já se tornou aquilo que mais critica.

Mas no "Vicência Castelo" foi diferente.

Além da efetivação da matrícula, levei comigo TODOS os livros didáticos e até o uniforme escolar.
No dia seguinte, primeiro dia de aula, já saí da escola tendo falado com TODOS os professores.
E o professor de matemática, na primeira aula, já ficou sabendo o que eu sabia com uma revisão que me fez na lousa, juntamente com toda a classe.

Além das aulas de matemática normais na parte da manhã, o Diretor também me disponibilizou aulas de reforço no período da tarde. E ainda sugeriu que acompanhasse o sétimo ano, caso estivesse adiantada em relação ao sexto. Fiquei chocada! Nada disso tinha me ocorrido antes.

Com a minha mãe não foi diferente.

Ela foi tranquilizada quanto às avaliações do final de bimestre.

Foi orientada a me manter matriculada na escola no período em que faríamos o percurso até a Região Norte do país, onde não estudaria em função do pouco tempo em cada localidade.

Teve a garantia de que o conteúdo seria todo organizado pelos professores durante minha permanência na escola e durante o período de viagem, para que em nosso retorno já deixasse a escola com as primeiras notas do último bimestre.

Quanta novidade na Praia da Pipa.

Baía dos Golfinhos - Praia da Pipa - Tibau do Sul
Rio Grande do Norte - Brasil




segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Escola Municipal Vicência Castelo - Praia da Pipa - RN

Sabe aquela história de que tudo é sempre ruim, igual e de que as coisas nunca mudam?
Eu mesma já cantei essa cantiga muitas vezes aqui, porque a história sempre se repetia.
Mas finalmente (olha que eu nem esperava mais), surgiu uma luz no fim do túnel.
Essa "luz", na verdade, não se trata de um milagre ou de qualquer fenômeno do gênero.
Essa "luz" surgiu na figura de um pessoa, um autêntico Profissional de Educação.

Isso se deu na Escola Municipal Vicência Castelo, na Praia de Pipa, no Município de Tibau do Sul, no Estado do Rio Grande do Norte, na esquina do Brasil.

E faço questão de dedicar alguns posts a essa experiência, onde não apenas fui "aceita" na escola, mas fui RESPEITADAVALORIZADA e ORIENTADA.

Para começar, quero descrever aqui a situação dessa escola, como a encontrei na minha chegada.
Vou listar aqui em tópicos, para ficar bem claro, e para nunca mais ninguém esquecer:

1. A escola possui Planejamento e Metodologia, testados e aprovados pela nossa prática;

2. Metodologia: "Motivação Profissional e Educacional";

3. 2013 - Medalha de Bronze na Olimpíada Internacional de Matemática "Sem Fronteiras";

4. 2013 - Premiação OBMEP - Olimpíada Brasileira de Matemática (total de sete premiações):

               4.1. 04 Menções Honrosas;
               4.2. 01 Professor de Matemática (meu Professor, inclusive);
               4.3. 01 Escola;
               4.4. 01 Secretaria Municipal de Educação.

5. 2013 - 1˚ Premiação - IFRN - Instituto Federal do Rio Grande do Norte;
                Alunos do 9˚ Ano da escola foram aprovados para cursar o Ensino Médio + Curso Técnico.

6. 2014 - Olimpíada Astronáutica e Astronomia - OBA

                6.1. Ouro, Prata e Bronze para Astronáutica;
                6.2. Premiação pelo Projeto de Astronomia.

Sim, a escola é pública.
Sim, os profissionais trabalham (e bem!).
Sim, a direção e a equipe funcionam juntos;
Sim, estudando em poucas semanas mais do que estudei o ano todo.
Sim, o Sr. Percival é o cara!!!

Quer mais?
Acompanhe os posts que há mais, muito mais!