O ano letivo está chegando ao fim, essa viagem terá um fim, mas a minha abertura ao mundo e à verdade não. Porque não me importa o que você me diz, o que me importa é o que você me faz.
Minha mãe sempre diz que nesse momento eu VIVO essa experiência, mas que quando terminar é que vou realmente SENTIR. E que tudo isso irá ecoar através dos anos, em cada fase da minha vida, como uma boa herança, imaterial, que foi deixada.
Eu sou criança, não entendo nada disso. Gosto mesmo é de brincar, fazer amigos e rir muito.
Mas, pelo que vejo por aí, isso também vai chegar ao fim.
Tenho medo de como vai ser o mundo.
Deixamos o Nordeste com um aperto no coração. Que região mais linda desse mundo. Quando passamos a divisa Bahia-Minas, entrando de novo no Sudeste, comecei a entender um pouco o que minha mãe tenta me dizer.
Não voltaremos mais, não dessa forma, e me abriu um buraco chamado mesmo SAUDADE.
Em um segundo pensei em toda a minha vivência.
E senti e chorei.
Eu amo Minas Gerais!
Mas soube que é o Estado onde houve o maior desmatamento nos últimos anos.
Eu vejo as serras feridas e as mineradoras trabalhando por todos os lados.
Eu vivo isso, eu sei disso, eu odeio tudo isso.
Pra mim, Minas foi o pior exemplo de Educação na minha trajetória.
Está em Minas a pior escola (São Thomé das Letras).
Está em Minas a maior mentira (Melhor Educação do País).
Como pode um Estado ser exemplo de Educação se é o campeão em Desmatamento?
Agora eu entendo o que é HIPOCRISIA.
Mas eu sou criança, não entendo de nada disso.
Será que não mesmo?
Acho que a rua é o melhor lugar pra saber da verdade.
Na rua a verdade não é contada.
A rua é o lugar que me leva, por exemplo, ao Museu.
O Museu me conta sobre o passado.
A rua me mostra onde chegamos.
Onde chegamos?
Veja abaixo o link com a entrevista de Mário Mantovani,
Diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica.
http://revistasagarana.com.br/entrevista-mario-mantovani/
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