Blog de Bruna Itinerante
sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
"Pasmava com esta vista!" - Pico do Itambé, 2024.
quinta-feira, 25 de julho de 2024
"E Agora, José? Para Onde?"
Depois de quase 10 anos retorno ao Blog pois, como era previsto, todos os efeitos dessa experiência não se passaram, e nunca irão. Sou alegre com isso.
Quando fiz o último post deste Blog com a ajuda de minha mãe, eu estava prestes a fazer 12 anos, hoje estou quase com 21. Apesar de anos terem passado, anos estes muito importantes na construção dos seres que somos, toda a minha curiosidade, amor e alegria por viajar que existia na Bruna Itinerante de 2014, ainda está aqui, e pretendo ir com tudo isso até o último momento desta vida.
Acho importante registrar aqui alguns marcos das coisas que aconteceram nestes últimos tempos. Ao final de toda esta viagem retratada no Blog, (mais uma vez) a minha mãe apareceu com uma pergunta. Daquelas perguntas dela, que nunca são simples e que de alguma forma, elas sempre têm a capacidade de mudar mais do que o que posso imaginar no momento em que a ouço. A pergunta era: "Em qual cidade do Brasil, das que a gente conheceu, você gostaria de morar por um ano?".
Ouvi isso aos 11 anos e aos 11 anos escolhi: Diamantina - Minas Gerais - Brasil. Por quê? Só o tempo foi capaz de me dar essa resposta.
Hoje já sei qual é a resposta mas antes, por mais que amasse de fato essa cidade, me questionava honestamente: Por quê não escolhi uma cidade perto do mar? Entendi, depois, que as cachoeiras que viriam para me responder.
Nos mudamos pra Diamantina e ao invés de um ano, minha mãe morou por seis e eu ainda fiquei por mais um por conta própria, totalizando sete anos. Neste tempo conheci as pessoas mais incríveis que pude, e sou grata por todas as relações humanas e não humanas construídas nessa cidade, além disso, a paisagem me disse muita coisa, a Serra do Espinhaço conversava comigo, e amadureceu comigo. Conforme eu ia crescendo, talvez por percepção, a Serra ia se tornando maior e mais linda, imponente, forte. Me sentia segura próximo à ela. Conheci todos os cantos que pude, mesmo depois da viagem ainda tinham muitas coisas pra conhecer, e mesmo depois dos sete anos de moradia, ainda tem. Enfim, a paixão era grande e nunca foi platônica, era recíproca.
Quando começaram as demandas com relação aos vestibulares e universidades, não estava muito preocupada com isso, sabia que queria fazer mas não sabia o que queria fazer. Engraçado... Era tão óbvio o tempo todo.
Estava distante da minha mãe mas estava feliz na Terra Dos Diamantes então pensei em ficar no meio do caminho, escolher uma Universidade que ficasse próxima de Diamantina e também de São Paulo, entretanto, desde muito cedo aprendi que o meio do caminho não funciona, ou fica no mesmo lugar ou se joga na estrada. Sempre fui mais adepta à segunda opção. Mas ainda estava confusa.
Pulei o Exame Nacional Do Ensino Médio (ENEM) por um ano e o fiz no próximo, independente de onde, o meu objetivo era ingressar em uma Universidade Pública através do Sistema de Seleção Unificada (SISU). As opções de escolhas de curso foram muitas: Jornalismo, Biologia, Psicologia, até Arquitetura cogitei. Mas desde essa viagem contida nesse Blog, meu desejo sempre foi viajar cada vez mais, e escolhi aquilo que podia me ensinar o que ver, o que buscar na paisagem, o que poderia me dizer como entender, pelo menos em parte, o Planeta Terra. Aquilo que poderia me explicar o por quê as coisas estão aonde elas estão. Escolhi a Geografia, e é possível que das várias escolhas que já fiz, essa tenha sido a melhor da minha vida.
Ingressei na Universidade de São Paulo aos 18 anos e é ali, em 2022, que a nova aventura começa! Exigindo alguns esforços como a despedida, terror de muitos e rotina de outros, me joguei na estrada mais uma vez, e agora era para novamente começar uma nova história. Confesso que cheguei sem saber o que gostaria de estudar, fui aberta aos novos conhecimentos e acontecimentos, porém, mais uma vez repito: Engraçado... Era tão óbvio o tempo todo.
A paixão pela Serra do Espinhaço, por Diamantina e pela Geografia era e ainda é muita, eu só precisava encontrar aquilo que fizesse a conexão entre esses três. O primeiro ano na Faculdade não foi fácil, não sentia que era exatamente aquilo, e sempre precisava voltar para Diamantina para colocar as coisas no lugar. Até que um tempo depois, algumas matérias começaram a se mostrar mais interessantes e capazes de fazer essa conexão. Porém foi a Climatologia - "Ciência que desvenda os mistérios do clima, revelando padrões e tendências que moldam nosso planeta, nos proporcionando uma compreensão profunda do ambiente em que vivemos, possibilitando previsões de mudanças futuras, e conteúdo necessário para enfrentar os desafios das mudanças climáticas." - que me convenceu que eu estava no lugar certo e que eu poderia preservar aquilo que amo.
Durante minha viagem em 2014, encontrei muitas fontes de inspiração que me fizeram amar profundamente o país em que vivo. Sempre senti que tenho um propósito neste mundo e que estou exatamente onde devo estar, no momento certo. Cada escolha que fiz ao longo do caminho me trouxe até aqui, e não é possível imaginar ter tomado decisões diferentes. Como Paulo Coelho descreve, essa é a minha Lenda Pessoal. Estou aqui por causa do Espinhaço.
Essa jornada despertou em mim uma mistura de medo, alegria, ansiedade, curiosidade e, acima de tudo, amor. Retornar a este Blog após tantos anos reflete esses sentimentos. Alguns dos mistérios da vida só serão desvendados com o tempo, mas estou segura e confiante neste processo.
É bom estar de volta! 😉
Serra do Espinhaço - 2014. Foto: C. R. Malaquias
sábado, 6 de junho de 2015
Histórico, Consulta e Novos Horizontes
Manterei a página por dois motivos principais:
1. Poderá ser útil como fonte de informação e pesquisa para quem quiser saber mais sobre o assunto. Consta neste histórico toda a Legislação pertinente sobre "Aluno em Situação de Itinerância", no Brasil, até 2014. Bom para pais e bom para alunos, uma vez que conto um pouco sobre meus desafios nas cinco escolas que estudei;
2. Temos novos planos de viagens... Ainda não sabemos ao certo quando e nem para onde, mas já começamos a planejar. Em virtude disso, quando chegar a hora, retomo o Blog para contar essa nova experiência. ;)
Até lá !!!
quinta-feira, 12 de março de 2015
As Férias Da Família Klink
Apesar da pouca idade, as filhas de Amyr Klink já possuem muitas histórias para contar. Na companhia de seus pais, Tamara, Laura e Marininha Klink já viajaram diversas vezes para Antártica.
De suas aventuras no gelo, resultou o livro Férias na Antártica, que foi lançado em 7 de agosto de 2010, durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).
Em entrevista ao R7, Tamara, então com 13 anos, conta detalhes do primeiro livro das irmãs Klink e ainda fala sobre como é viajar para terras tão distantes e gélidas: "a primeira vez que viajei para a Antártica foi em 2006. A ideia foi da minha mãe, porque ela achou que seria legal se a gente fosse com meu pai também. Aí a gente gostou e, nos anos seguintes, também fomos. A gente já foi cinco vezes pra lá."
Em suas viagens para o sul extremo da Terra, Tamara ainda contou que encontra muitos animais, como focas, baleias e pinguins. Mesmo com o cenário branco formado apenas por gelo e mar, as garotas se divertem bastante. Tamara conta que costuma passear para encontrar animais, escorregar na neve e ficar dentro do barco para curtir a sua família. E pensa que ela trocaria isso pela Disney? Que nada. A primeira viagem da garota, que ainda não conhece a terra do Mickey, foi para a Antártica. "Eu até tenho vontade de conhecer a Disney, mas meu pai não apoia muito essa ideia, porque ele diz que lá as coisas não são tão reais como as que vejo nas viagens para a Antártica. Eu acho que as pessoas têm que não só viver nesse mundo de fantasia, mas também deveriam experimentar algo que envolva mais a natureza", diz Tamara.
Felizmente minha mãe pensa da mesma forma que os pais dela.
E além de viajar pelo Brasil, continuamos fazendo escolhas nesse sentido.
Outra coisa que ela sempre me diz é que a realidade é sempre melhor que qualquer fantasia.
Porque na realidade vivemos mais próximos da experiência.
Mas têm muita gente que acredita em suas próprias fantasias.
E acaba não fazendo a sua parte, sobrecarregando os outros e prejudicando a todos.
Têm muita gente que fala de amor e tudo mais, pelos filhos, pela natureza, pelo mundo.
Mas eu não acredito em todo mundo não. Porque quem ama mesmo, cuida!
Não fala, faz!!!
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Foto incrível de Marcos Amend Antártica - Planeta Terra |
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Kerexu Mirî: Uma Amizade Inesquecível
Um lugar que amei foi São Miguel das Missões, onde visitamos uma aldeia indígena e conhecemos Patrícia, Ariel e Gessica (Kerexu Mirî, no idioma guarani). Esse encontro estava marcado desde Olinda (PE), quando minha mãe em sua pesquisa conseguiu o contato dos Guaranis que também são cineastas.
Eu estava um pouco tímida no começo, quando a gente se reuniu no quintal e tomamos chimarrão. Aliás, foi com eles que aprendemos a tomar o "chima" direito, porque ninguém ainda tinha explicado que todos devem tomar na mesma cuia e com a mesma bomba.
No final da "reunião" de trabalho, sentimos que estávamos entre novos amigos. Minha mãe pediu a Patrícia e Ariel para fazer algumas fotos para registrar o encontro, e ambos sugeriram que além das que foram feitas na casa seria legal conhecermos e fazer algumas imagens à beira do rio.
Foi nesse momento que eu e Gessica ficamos amigas. Ela me deu uma pulseira linda que ela mesma tinha feito e depois pulou com tudo pra nadar no rio. Eu, como sou "menininha da cidade" e não estava de biquini, não entrei, mesmo depois de ver todos sem nenhum problema com as roupas (ou sem elas) se esbaldando no rio. Depois fomos pra uma pracinha e Gessica me ensinou a jogar xadrez.
Fiquei com a sensação que se ficasse ali por mais alguns dias iria aprender muitas coisas interessantes.
Adorei conhecer Kerexu Mirî, a indígena Guarani-Mbya que se tornou minha amiga.
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Kerexu Mirî - Guarani-Mbya São Miguel das Missões - Rio Grande do Sul |
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Artesanato Feito por Gessica |
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
São Paulo: Secretário Municipal de Educação
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Férias no Sul do Brasil
A primeira coisa que eu fiz chegando aqui foi aprender como tomar o Chimarrão.
Gente, essa coisa é cultural mesmo, está por todos os lados.
Até em Farmácia você encontra a erva-mate.
Eu experimentei em Ametista do Sul.
Aprendi a fazer e a beber em São Miguel das Missões.
E me armei das coisas gaucheiras em Bento Gonçalves.
Agora tenho cuia, bomba, mate e tudo mais pra levar isso comigo pra sempre.
Também levo muitas histórias, sotaques e a roda do "Chima" comigo.
Seja lá pra onde eu for nesse mundo.
Oxente que trem bão tchê!
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