quarta-feira, 18 de junho de 2014

Viajar Ajuda a (Re)Conhecer


Deu Empate?

Vamos lá, antes de contar o motivo do meu último post, preciso definir os meus termos.

Eu fui até bem recebida nas escolas que estudei nesse semestre. Não houve problema com as matrículas. Houve problema com a documentação na minha saída*, mas ambas escolas entregaram o Histórico. O meu direito a sentar em sala e assistir às aulas foi respeitado. O meu direito ao exercício (imediato) da cidadania também.

Mas, qual o mérito disso? As escolas não fizeram mais do que a sua obrigação. Me receberam e depois me viram ir embora. O que aconteceu entre uma coisa e outra ninguém sabe e ninguém viu. É sobre isso que eu quero falar!

No geral, e já falei isso aqui antes, os professores nunca me procuraram. Quase nenhum falou comigo. Na escola em Ouro Preto, somente uma professora pegou o meu caderno e viu o que havia estudado. Daí em diante ela sabia como me orientar. E foi ótimo, me senti segura na matéria.

Então, só pra esclarecer, cumprir com este tipo de obrigação é o mesmo que empatar um jogo. E quando escola, pais e alunos ficam satisfeitos cumprindo apenas a sua obrigação, o placar é zero a zero. Na minha opinião é tempo, dinheiro, energia e jogo perdido. Porque se ninguém ganha, o Brasil inteiro perde.

Obrigação também inclui dar condições ao aluno de se desenvolver plenamente na Sociedade.
Eu nem consegui me desenvolver plenamente no 6˚ Ano do Ensino Fundamental até agora.

Então, sejamos menos rasos nas palavras e atitudes.
Só cumprir com a obrigação já é muito ruim, achar que está cumprindo quando não está, é pior ainda.

Resultado do Jogo: Bruna 0 x 0 Escolas
Perdemos todos a oportunidade de compartilhar.



terça-feira, 17 de junho de 2014

Brasil Perde o Jogo na Copa e na Escola

Ai, o final do semestre não foi assim uma maravilha.
Eu gostei de viajar, estar em outras escolas e fazer novos amigos.
Mas não gostei das escolas, dos professores, dos materiais e tudo mais.

Primeiro: ninguém liga pra aluno (seja itinerante ou não) nas escolas públicas que fui.
Segundo: os professores são mais desqualificados do que se imagina. Um terror!
Terceiro: falta tudo nas escolas: livros, carteiras, cadeiras, aulas e até papel higiênico.
Quarto: falta tudo nas pessoas que administram as escolas, principalmente interesse e vergonha.
Quinto: não sei pra que existe prova nessas escolas, ninguém nem aí pro conteúdo.
Sexto: ninguém sabe o que ensina, porque se soubesse começava com o bom exemplo.
Sétimo: comunicação civilizada não existe, só grito, xingamento e falta de respeito.




sexta-feira, 6 de junho de 2014

Cinema nas Escolas

Fiquei sabendo que existe um projeto de Lei pra que as escolas da educação básica sejam obrigadas a passar filmes nacionais.

Eu acho ótimo a Cultura andar de mão dada com a Educação, mas nas escolas que eu tenho estudado, as crianças ainda não sabem falar direito, o português é péssimo, falta livro, falta cadeira, falta carteira, falta papel higiênico, falta até professor... E os que estão por lá não ajudam em nada, porque também eles não são um bom exemplo do que funciona.

Será que vai ser Cultura ou vai ser só entretenimento???

Será que isso vai funcionar? Que tipo de filme vamos ser obrigados a assistir?
Minha mãe trabalha com cinema, e vive dizendo que precisamos melhorar (e muito) nossos enredos.
Na escola eu vou todo dia, e precisa melhorar tudo se quiser educar alguém.
Cinema é uma coisa que eu respiro, mas precisa ter qualidade!

Saiba mais:
http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2014/06/05/filmes-e-demais-producoes-audiovisuais-brasileiros-podem-ser-exibidos-nas-escolas



domingo, 1 de junho de 2014

Resolução CNE/CEB N˚ 2 x Ouro Preto

Segundo o artigo 4º, inciso II da Resolução CNE/CEB nº 2,  a escola inclusiva deve levar em consideração “a identidade própria de cada educando, o reconhecimento e a valorização das suas diferenças e potencialidades, como base para a constituição e ampliação de valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e competências”. 

Sou uma aluna itinerante, mudo de escola constantemente, e por isso tenho lá minhas dificuldades ao chegar em uma turma nova. Primeiro preciso saber o que estão estudando, depois preciso saber o que já estudaram e ainda tenho que ver como me encaixo em tudo isso.

Mas em Ouro Preto as avaliações já começaram, e ninguém (salvo a professora de Ciências) se interessou pelo meu caso. Os demais nunca falaram comigo, entram na sala e começam a matéria, como se eu não existisse.

Mas eu existo, e isso não vai ficar assim!


Aluno com Necessidade Educacional Especial (NEE)

Ao contrário do que se pensa, a criança ou jovem itinerante também é um aluno com Necessidade Educacional Especial (NEE). 

Vamos esclarecer, porque parece que ninguém sabe, nem mesmo os responsáveis pelas escolas, que além de ter a matrícula garantida, temos direitos garantidos durante nossa permanência no ambiente escolar. 

Um deles, e considero o mais importante, é estar em pé de igualdade com os meus colegas no que diz respeito ao aprendizado. Quando chego em uma escola nova, quero que os professores avaliem o meu conhecimento, e se estiver adiantada ou defasada em relação à classe, os mesmos, em conjunto com a coordenação e/ou direção precisam considerar o quadro.

Não posso ser avaliada da mesma forma, se não tenho o mesmo conteúdo.

A Necessidade Educacional Especial nem sempre tem relação com a deficiência. De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº 2), portador de necessidade educacional especial é aquele que:

"[...] durante o processo educacional, por tempo limitado ou ilimitado, apresenta dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o
acompanhamento das atividades curriculares (as relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências e as não vinculadas a uma causa orgânica específica), dificuldades de
comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis, e altas habilidades ou superdotação, grande facilidade de
aprendizagem que leve estes alunos a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes (art. 5º, incisos I, II, III)."

E se estou escrevendo sobre isso, é porque estou passando por isso!!!