segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Aprendendo com a Experiência

Esse foi o 4˚ dia de aula na Chapada, mas nesse dia eu faltei. 

Precisei acompanhar minha mãe no trabalho, como acontece muitas vezes, quando a pesquisa, caminhadas, fotografias ou filmagens levam o dia todo.

Pra mim é uma alegria, porque além do passeio e da diversão, tenho aula a céu aberto. Bem, às vezes debaixo d'água, dentro da terra, sob a pedra e por aí vai...

Nesse dia eu aprendi muito sobre história, geografia, ciências e até química e física. Olhando as imagens parece que foi só um dia divertido, mas tudo isso foi estudado: a composição do solo, a cor da água, a era geológica, o clima, a vegetação, a fauna, a flora, os minerais, a cultura local e tudo mais.

Mesmo que não desejasse aprender, eu fico escutando as extensas conversas, faço todo o roteiro e ando pra caramba. Mas o que eu contemplo mesmo é a beleza dos lugares, e agradeço a oportunidade de viver tudo isso.

Sim, faltei à aula. Mas soube que não foi só eu, professores também faltaram.

Sendo assim, no meu caso (que é excepcional, eu sei!), esse dia foi o mais produtivo e educativo de toda a semana. Basta uma lida nos posts anteriores pra que cada um tire suas conclusões.

Chapada Diamantina: Escola Viva!

Poço Azul, Morro do Pai Inácio, Rio Pratinha, Poço Encantado, Rio Paraguaçu e Gruta Lapa Doce
Chapada Diamantina - Bahia - Brasil

domingo, 24 de agosto de 2014

3˚ Dia - Chapada Diamantina - Bahia

Na Chapada eu estudo no período da manhã, e levanto 6 h pra poder tomar café e estar na escola que não é nada perto da pousada. É a única da cidade de Lençóis com 6˚ Ano. Então, pra mim não é fácil não.

1. Cheguei na escola e a professora de Educação Física me passou um trabalho de pesquisa sobre "Dança Folclórica Brasileira". Esse trabalho para uma nota do bimestre. Mas, eu ainda não compreendi, porque Educação Física passa trabalho teórico? Pra mim nota dessa matéria é pra "participação em aula", de preferência com atividade física.

Então, a aula não foi no pátio, foi na sala. Passamos 50 min copiando a orientação do trabalho na lousa, e, exercício mesmo, só da mão. Tudo bem, pelo menos o tema era dança, tudo haver com corpo. Mas a parte teórica bem que poderia ser vista na aula de Artes.

2. A segunda seria de Língua Portuguesa, mas a professora faltou. Fomos pra uma outra sala para assistir um vídeo sobre "As ações da água." Foram várias turmas juntas, e fora a pergunta da moça no final sobre o que era o vídeo, o restante foi a dispensa das outras aulas.

3. Cheguei não era 10 h na pousada, e de novo acho que nada valeu à pena nesse dia de aula. 

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

2˚ Dia - Chapada Diamantina - Bahia

E foi assim:

1. As duas primeiras aulas eram de matemática, e minha mãe chamou a professora à porta para falar um pouco sobre a minha situação e pedir um diagnóstico do meu conhecimento na matéria. Ela ainda não sabia a meu respeito, mas disse que faria esse trabalho comigo;

2. Ela me chamou na classe e pediu que na próxima aula levasse o livro da primeira escola, para avaliar e me orientar sobre o que podemos fazer. Estão em período de avaliações, e portanto preciso me preparar para deixar a escola com as primeiras notas do bimestre.

3. Depois ela passou exercícios de matemática em grupo, porque todas as salas da minha série se juntaram por falta de professores (pelo menos foi o que entendi). A sala ficou bem cheia e eu sentei com a Larissa e com a Kelly.

4. No final ficamos sabendo que não teríamos as outras três aulas, também por falta de professores. A moça surgiu na porta dizendo que o recreio tava cancelado e que todos estavam dispensados.

5. Atravessei boa parte da cidade com minhas colegas e cheguei na pousada sozinha, para espanto da minha mãe, que abriu a porta achando que era outra pessoa.

No final, como nas outras cidades, acabo surpreendendo chegando mais cedo. As escolas soltam mesmo os alunos, e se algum se "perder" no meio do caminho, ninguém vai ficar sabendo... Pelo menos não enquanto os pais acreditam que os filhos estão na sala de aula.

Zuado!!!

Revista "Viver Brasil"

É muito bom ver o nosso trabalho reconhecido, porque afinal de contas não é sempre que uma mãe sai viajando pelo Brasil com a filha (e a gata de estimação!). Também não é todo dia que aparece uma aluna itinerante na mídia. Eu mesma não encontrei nenhuma (ou nenhum) pelas escolas.

Obrigado, Fernando Torres e Márcia Queirós,
pelo interesse, pelo engajamento e pela matéria publicada hoje na Revista "Viver Brasil".

Apenas uma correção: estamos na Bahia, mas finalizamos a viagem no Estado do Rio de Janeiro.

http://revistaviverbrasil.com.br/plus/modulos/listas/?tac=noticias-ler&id=234#.U_PObPl6ZV0

Foto: Felipe "Serra Sertão"
Parque Nacional das Sempre-Vivas
Minas Gerais - Brasil

terça-feira, 19 de agosto de 2014

1˚ Dia - Chapada Diamantina - Bahia

Foi exatamente assim:

1. Chegamos na escola às 7:30 h e a vice-diretora, como combinado no dia anterior, não estava para me apresentar à turma. Então foi o rapaz da portaria que me levou na classe e minha mãe que me apresentou à professora de inglês e aos colegas;

2. Utilizando o nosso método de escolher uma colega pra passar o horário, a matéria e me levar pra conhecer a escola, minha mãe perguntou quem poderia ajudar, e Larissa levantou a mão mais rápido, com a carinha mais animada, e foi bem ela que minha mãe pescou dessa vez.

3. Entrei pra sala e a professora aplicou um prova. Eu não fiz porque nem sabia, nesse tempo fiquei anotando os horários e riscando minha folha. A professora, durante todo o tempo da prova, não fez nada. Eu não fiz e ela não fez. Em nenhum momento ela aproveitou a oportunidade pra me chamar, conversar um pouco comigo, saber do meu conhecimento de inglês e etc... Resumindo, não fez o seu trabalho.

4. A segunda aula também foi inglês, a professora pediu pra fazermos um exercício; como eu nunca tenho os livros (e mesmo avisados ninguém toma providências sobre isso), sentei com a Larissa. Só tratamos de vocabulário nessa aula. Felizmente, nessa matéria eu muito adiantada.

O método da aula foi básico: a professora explicou como fazer o exercício, sentou e nunca mais falou nada. Acho que inglês devia ser uma aula mais interativa, com mais personalidade. Essa foi bem pálida!!!

Ah, ela falou alguma coisa sim... Ficou chamando a atenção (senão "xingando") os meninos de dentro e fora da sala de aula que não ficavam quietos.

5. A terceira aula foi, na prática, Artes. Fizemos um porta-retrato com coisas que "já tínhamos em casa". Atividade de recortar e colar. Pessoalmente não achei nada produtivo, muito menos artístico.

6. Então chegou o recreio. Larissa comprou "geladinho"em uma casa perto da escola. Comprou um pra mim e um pra ela, e foi o que comemos. Eu tinha levado lanche, mas preferi compartilhar o "geladinho". Na cantina da escola o lanche foi biscoito e chocolate quente.

7. Fiquei sabendo pela Larissa que teríamos duas aulas vagas, porque a professora de Geografia faltou. Então fui à secretaria pra saber se era verdade, porque minha mãe já tinha avisado a diretora que não era pra me dispensar sem que ela soubesse. Confirmado! Então ligaram pra minha mãe e ela me pegou na escola com o "geladinho" na boca.

Fim do meu grande, porém curto, primeiro dia de aula em Lençóis/BA.

Atividade de Inglês - 50 min de aula

Atividade de Artes - 50 min de aula




Novidade no Blog

Iniciei em uma nova escola, que fica em uma nova cidade, que fica em um novo Estado.
Sim, estamos na Bahia, e aqui estudo por 15 dias em uma região inacreditável de tão linda.
Estou falando da Chapada Diamantina, e a nossa entrada foi pela bela Lençóis.

Como na escola a matéria em LP é produção de texto, e justamente na minha passagem o tema era o "Diário", então decidi que vou registrar no Blog o dia-a-dia na escola baiana, pois esta será a única que frequentarei por aqui. Assim, atendo o meu compromisso com a página e pratico ainda mais a produção de texto desse gênero.

Já adianto que não mudou muito em relação às escolas mineiras,
mas dessa forma pretendo que o próprio leitor do Blog tire suas conclusões.

Ah, como vai ser diário mesmo, vocês vão poder conhecer a minha rotina também fora da escola.

Não percam!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Política x Protagonismo Social

Ouvimos do candidato à Presidência, Aécio Neves, que a Educação em Minas Gerais é a melhor do Brasil. Em sua entrevista na televisão, ele ainda disse que a fazenda da família em Cláudio, cidade onde construiu um aeroporto que custou 14 milhões de Reais, é pequena, sem importância, e que portanto o empreendimento atende à população em geral.

Eu ainda não entendo nada de política, mas já entendo um absurdo.

Na minha opinião, o candidato foi muito infeliz em seus argumentos.
Na minha opinião, aeroportos não são mais importantes que escolas.
E na minha opinião, a Educação Pública de Minas Gerais não se mostrou boa.

Se o candidato fez isso como Governador, 
acho que vai mandar construir seu próprio céu se for Presidente.



sábado, 16 de agosto de 2014

Memorial e Avaliação Diagnóstica

Já faz um tempo que deixei Diamantina. Já estou em outro Estado e logo começo em outra escola.
Como será que vai ser fora de Minas Gerais?

Uma coisa é certa, nenhuma das escolas mineiras atendeu à solicitação de entrega do "Memorial Descritivo" feita pela minha mãe referente ao meu direito à informação. Esse documento deveria esclarecer de escola em escola aquilo que foi visto do conteúdo durante a minha permanência em cada uma delas, por disciplina, para que a próxima equipe pudesse avaliar o ponto em que me encontro em relação à classe.

O documento foi sempre solicitado, nunca questionado, jamais entregue e, portanto, negado.

Em contrapartida, nenhuma das escolas até agora avaliou o meu conhecimento. Nenhum diagnóstico foi realizado, nenhuma pergunta, sequer um papo informal. Nada!

Já falei inúmeras vezes aqui que tanto direção quanto professores me ignoraram completamente neste sentido. A preocupação de todos se restringe à documentação de entrada e saída, o Histórico Escolar ou Declaração da Escola, confirmando minha passagem.

O que eu aprendi, em que pé me encontro, o que acontece comigo, não importa a ninguém.
E todo mundo se faz de tonto!!!

O que percebi é que os colegas até preferem assim.
A maioria mais falta do que vai à aula.
E nunca, nunca mesmo, recebi um dever de casa.

Dever de casa, pelo que entendi, não é uma prática em escola pública.

Aliás, são estranhas algumas práticas nessas escolas.
Nada de dever de casa, quando passam algum exercício é absurdo, como por exemplo traduzir 50 palavras em inglês pelo Google Tradutor, ou escrever os números de 1.000 a 5.000 no caderno (esse último foi pra uma amiga do 5˚ Ano).

Então ficou ruim pra minha mãe saber como administrar a situação.
Os meus cadernos vivem vazios, lição não têm, e também não têm livros.
E ninguém se importa com isso, muito menos estão interessados em encontrar uma solução.

Esperam que eu vá embora, estou de passagem mesmo, e logo deixo de existir ali...
Pouco importa se a escola prestou pra alguma coisa, senão cumprir o seu papel de me receber.

Só pra constar, na Resolução N˚ 3 que trata do tema, há o seguinte parágrafo:

§ 2º A instituição de ensino deverá realizar avaliação diagnóstica do desenvolvimento
e da aprendizagem desse estudante, mediante acompanhamento e supervisão adequados às
suas necessidades de aprendizagem.

Se alguém conhecer uma que faz, no resto do Brasil, me avisa!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

E.E. Professor Leopoldo Miranda

Chegamos em Diamantina ainda no período de férias, quando as aulas começaram precisei acompanhar minha mãe pela região: São Gonçalo do Rio das Pedras, Capivari e Milho Verde. Resultado, iniciei na escola uma semana mais tarde.

"Pegar o bonde andando" se tornou minha especialidade, mas é verdade que fico sempre apreensiva quando chego em uma escola nova. Já sabia que dessa vez ficaria só 15 dias, mas o desafio é sempre o mesmo.

Eu tava com medo, o meu medo é sempre o de não fazer amigos logo de cara e ficar sozinha pelos corredores da escola... Mas isso nunca acontece, pedimos sempre pra direção me levar até a classe e me apresentar um dia antes, e minha mãe já pega uma colega na porta da classe logo no primeiro dia, pedindo que passe horários, matéria e etc... Funciona!!! Dessa vez a escolhida foi a Sabrina, e deu tão certo que se tornou uma grande amiga.

Bom, confesso, a classe inteira dos meninos queria namorar comigo já no primeiro dia. E teve um, Victor, que no último dia até me pediu em namoro pra minha mãe lá na pousada. Uau, que loucura!!!

Destaque nesse dia pra aula de Educação Física, era o primeiro dia do professor também, e ocorreu uma interação bem bacana entre todos do 6˚ Ano B. Resultado, foi a melhor escola que frequentei até agora. Pelo acolhimento, afeto e amizade das pessoas.

O mais engraçado foi na saída. Sabrina me levou pelo braço e me entregou pra minha mãe. Ela disse: "Pronto, tá entregue; e segura!". Amamos!!!

Fachada da Escola Estadual Prof. Leopoldo Miranda
Diamantina - Minas Gerais



sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SRE Diamantina - Exemplo!

E finalmente chegamos ao final do percurso em Minas Gerais.
Foram sete meses nesse Estado, três escolas e inúmeras cidades e/ou localidades visitadas.
E o melhor ficou pro final.

Mas antes de contar minha experiência na nova escola, vou dedicar este post ao atendimento exemplar da SRE Diamantina - Superintendência Regional de Educação.

Ainda em São Thomé das Letras, minha mãe entrou em contato com as três Superintendências mineiras: Caxambu, Ouro Preto e Diamantina, responsáveis pelas escolas estaduais "Jose Cristiano Alves", "Marília de Dirceu" e "Professor Leopoldo Miranda", respectivamente.

Apenas pra relembrar, o atendimento de Caxambu foi medíocre, por e-mail (negou atendimento presencial), sem pé nem cabeça, como se a Instituição estivesse em outro mundo, onde não existe cidadão. O atendimento de Ouro Preto foi "surreal", fora da realidade, uma vez que contatada por e-mail a Instituição nunca respondeu a qualquer solicitação e por telefone transferiu para a área (e para a pessoa) errada. Daí, calvário, a Inspetora não só desconhecia a Legislação TODA, como retornou o contato informando que eu não poderia estudar nas escolas da cidade, visto que não éramos de circo e nem ciganas... Que trauma!

Mas com Diamantina foi diferente. Meses antes de passar pela cidade, minha mãe entrou em contato por e-mail comunicando minha necessidade como aluna itinerante. E, sem maiores isso ou aquilo, recebeu a resposta que segue abaixo da Supervisora Regional:

Prezada Cristhiane,

A Equipe SRE Diamantina, especificamente a Divisão Pedagógica- DIVEP realizaram a leitura do e-mail observando criteriosamente os artigos da Resolução nº3 de maio de 2012.

Nesse sentido, preocupados em atender a sua solicitação entramos em contato com três escolas que ficarão preparadas para o acolhimento da sua filha tanto no aspecto afetivo, quanto pedagógico.

Sendo assim, você poderá optar pelas referidas escolas:

Escola Estadual Professor Leopoldo Miranda .
Rua Macau do Meio, 338. Centro
Fone: (38) 3531-3591

Escola Estadual Professora  Ayna Torres
Rua Professor Paulino Guimarães Júnior, S/Nº. Travessa da Glória
Fone: (38) 3531- 1051

Escola Estadual Joaquim Felício dos Santos
Rua Nazaré,233. Largo Dom João
Fone: (38) 3531-1378


Estamos à disposição para maiores esclarecimentos.

Preciso dizer mais?
Quem me segue aqui no Blog sabe que falo mesmo a verdade.
E a verdade, nesse caso, é o meu profundo agradecimento.

E agradeço não porque fizeram algo bom por mim, 
mas simplesmente porque fizeram bem o seu trabalho. 

Parabéns, SRE Diamantina.

(*) Para saber mais sobre o atendimento de Caxambu e Ouro Preto vide o histórico do Blog.