terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Férias no Sul do Brasil

Já que passei de ano e mereço umas férias boas mesmo, quero comemorar minha estada no mês de dezembro inteiro na Região Sul do Brasil.

A primeira coisa que eu fiz chegando aqui foi aprender como tomar o Chimarrão.
Gente, essa coisa é cultural mesmo, está por todos os lados.
Até em Farmácia você encontra a erva-mate.

Eu experimentei em Ametista do Sul.
Aprendi a fazer e a beber em São Miguel das Missões.
E me armei das coisas gaucheiras em Bento Gonçalves.

Agora tenho cuia, bomba, mate e tudo mais pra levar isso comigo pra sempre.
Também levo muitas histórias, sotaques e a roda do "Chima" comigo.
Seja lá pra onde eu for nesse mundo.

Oxente que trem bão tchê! 




O Ano Passou...

Venho a todos comunicar publicamente que PASSEI DE ANO.

Ai que felicidade, foram muitos desafios e muita estrada, mas superei tudo conforme o ano foi passando. Tenho muita coisa pra contar, dividir e muito mais ainda pra descobrir. 

O que posso adiantar é que, por mim, eu não voltava mais pra viver em São Paulo.
Eu nem queria parar mais de viajar.
Eu seria itinerante pra sempre.

Não sei como vai ser a vida em 2015, mas 2014 eu nunca mais vou esquecer.

Termino aqui os meus relatos como aluna itinerante.
Mas mantenho o BLOG pra falar um pouco mais do que passou diante do que virá.

Desejo a todos um FELIZ ANO NOVO!



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Hotspot Mata Atlântica - Uma Descoberta Pessoal

Por causa da chuva no oeste do país, na passagem para o Sul, passamos por São Paulo.
Foi muito diferente estar na cidade onde moro, Sampa, e não entrar em casa.
Nosso apartamento está alugado, então ficamos por dois dias hospedadas na casa da minha avó.

A mudança de rota apenas adiantou a nossa visita a um lugar que já estava nos planos: o PETAR - Parque Estadual Turístico Vale do Ribeira, que compreende os municípios de Eldorado, Iporanga e Apiaí, no sul do Estado, na divisa com o Paraná. Por lá muitas cavernas incríveis, caminhadas, cachoeiras e novas amizades.

Quero destacar duas coisas na nossa temporada.

A primeira foi o meu encontro inesperado com uma Cobra Jararaca filhote.

Depois de passar pela Caverna Santana, minha mãe permaneceu na boca fotografando e eu me sentei no degrau de uma escada pra descansar. A cobra tava bem atrás de mim, na altura do meu braço, e quando eu notei a sua presença já tava me mostrando a língua e tudo. Foi um momento solitário, de terror eu acho, mas logo chamei a nossa guia Mariane que tratou de encaminhar a cobra pro mato.

Nessa experiência vi meu comportamento na natureza diante de um fato como esse. Foi a primeira vez no ano e na vida que me acontece um negócio assim. Outra coisa foi que aprendi que as cobras filhotes possuem os venenos mais perigosos, por causa mesmo da idade. Ainda bem que a cobrinha não se sentiu ameaçada. Ufa!

Outro destaque foi a trilha em direção a impressionante Caverna Temimina.
Tinha chovido a noite inteira e saímos com o guia às 7:00 h da manhã.
Viajamos de Iporanga, passamos por Apiaí e deixamos o carro bem longe da entrada da caverna.
O dia continuou chuvoso até o fim, deixando a trilha bem escorregadia.
Tivemos que passar em barrancos, desmoronamentos e atravessar o rio.
Depois ainda tivemos que andar pelo rio dentro da caverna com a água quase na cintura.

Vivi, vi e aprendi muitas coisas sobre tudo nesse dia.
Foi a minha primeira trilha valendo na Mata Atlântica.
Experimentei o relevo no sobe e desce de matar.
A chuva e o barro. A flora e a fauna. A fauna, nem se fala.
Toda hora o guia Roberto falava que poderia chegar uma onça pintada a qualquer momento.
Já pensou? Que emoção!

Resumindo, não estava em sala de aula, mas  aprendi muito sobre esse BIOMA tão importante que é a Mata Atlântica. Pude experimentar na prática de uma trilha o conceito de "HOTSPOT", conceito que acabei de aprender em um trabalho que entreguei pra escola.

Hotspot é toda área prioritária para conservação, ou seja locais de alta biodiversidade ameaçada no mais alto grau. É considerada Hotspot uma área com pelo menos 1.500 espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua vegetação original. No nosso grande Brasil, infelizmente, só existem dois Hotspots, eles são: a Mata Atlântica e o Cerrado.

Conheço, na teoria e na prática, os dois. :)

Filhote de Jararaca
Caverna Santana - Iporanga - São Paulo
PETAR - Parque Estadual Turístico Vale do Ribeira
Foto: Cristhiane Malaquias













Caverna Temimina - Apiaí - São Paulo
PETAR - Parque Estadual Turístico Vale do Ribeira
Foto: Cristhiane Malaquias

sábado, 13 de dezembro de 2014

Fim do 4˚ Bimestre

Eu demorei um pouco mais pra escrever no Blog porque muita coisa aconteceu.
A última vez eu estava saindo da Bahia, agora eu já estou no sul do Brasil.
Não cabe em nenhum canal de comunicação, criado pela tecnologia, tudo o que eu vi e vivi.
Só cabe no meu coração e talvez em minha memória.

Apesar de todo esse deslocamento, a minha última escola ainda está na Praia da Pipa.
Acabo de finalizar todas as atividades e acabo de entregar todos os trabalhos do último bimestre.
Não perdi nada em relação à turma, e aprendi muito mais atravessando os Estados do país.

Como isso é possível? 
Duas coisas: Vontade e Tecnologia.
Comentarei sobre isso nos próximos posts.

Por hora me conecto um pouco menos, 
que é pra aproveitar a vida um pouco mais. ;)








quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O que você me faz?

O ano letivo está chegando ao fim, essa viagem terá um fim, mas a minha abertura ao mundo e à verdade não. Porque não me importa o que você me diz, o que me importa é o que você me faz.

Minha mãe sempre diz que nesse momento eu VIVO essa experiência, mas que quando terminar é que vou realmente SENTIR. E que tudo isso irá ecoar através dos anos, em cada fase da minha vida, como uma boa herança, imaterial, que foi deixada.

Eu sou criança, não entendo nada disso. Gosto mesmo é de brincar, fazer amigos e rir muito.
Mas, pelo que vejo por aí, isso também vai chegar ao fim.
Tenho medo de como vai ser o mundo.

Deixamos o Nordeste com um aperto no coração. Que região mais linda desse mundo. Quando passamos a divisa Bahia-Minas, entrando de novo no Sudeste, comecei a entender um pouco o que minha mãe tenta me dizer.

Não voltaremos mais, não dessa forma, e me abriu um buraco chamado mesmo SAUDADE.
Em um segundo pensei em toda a minha vivência.
E senti e chorei.

Eu amo Minas Gerais!
Mas soube que é o Estado onde houve o maior desmatamento nos últimos anos.
Eu vejo as serras feridas e as mineradoras trabalhando por todos os lados.
Eu vivo isso, eu sei disso, eu odeio tudo isso.

Pra mim, Minas foi o pior exemplo de Educação na minha trajetória.
Está em Minas a pior escola (São Thomé das Letras).
Está em Minas a maior mentira (Melhor Educação do País).

Como pode um Estado ser exemplo de Educação se é o campeão em Desmatamento?
Agora eu entendo o que é HIPOCRISIA.

Mas eu sou criança, não entendo de nada disso.
Será que não mesmo?

Acho que a rua é o melhor lugar pra saber da verdade.
Na rua a verdade não é contada.

A rua é o lugar que me leva, por exemplo, ao Museu.
O Museu me conta sobre o passado.
A rua me mostra onde chegamos.

Onde chegamos?

Veja abaixo o link com a entrevista de Mário Mantovani,
Diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica.

http://revistasagarana.com.br/entrevista-mario-mantovani/



sábado, 22 de novembro de 2014

Educação Física

Durante minha viagem tive várias surpresas em relação às aulas de Educação Física.
Primeiro porque nunca tive aulas em sala de aula e também aulas teóricas.
No Colégio Sion, onde estudava em São Paulo, as aulas sempre foram em quadras.

Durante o ano, em todas as escolas, tive que fazer trabalhos escritos pra essa disciplina.
Falei sobre isso muitas coisas, e a vantagem é que pesquisei muito, como sempre faço para os posts.

Mas o melhor de tudo, melhor que ouvir o professor em sala de aula, melhor que fazer aula na quadra, foi essa aula que peguei na Vicência Castelo, em Pipa. Lá, as aulas práticas de Educação Física são feitas na praia, sob as falésias e bem em frente ao mar.

Nesse dia tivemos "introdução à yoga", com a promessa de que uma professora especializada nos dará aula mais adiante.

Bom, eu já voltei da Costa Norte e já deixei a escola rumo ao sul do Brasil.
Não participarei mais dessa maravilha de ensino (e exercício) ao ar livre.
Mas vou contar uma coisa, que experiência fantástica.
E no final, ainda teve banho de mar.

Educação Física é tudo de bom!!!

Adorei esse estilo de vida!

Aula de Educação Física - Escola Municipal Vicência Castelo
Praia da Pipa - Tibau do Sul - RN

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

PARNA - Parque Nacional Brasileiro

"Parques Nacionais são áreas de preservação ambiental que tem como objetivo proteger a fauna, a flora, a biodiversidade e os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e ecoturismo.

Os Parques Nacionais, assim como outras unidades de conservação federal, são geridos pelo Órgão ICMBIO - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, criado em 2007." (Fonte: Wikipédia)

Eu aprendi muito durante minhas visitas, mas nesse ano não tive nenhuma aula que comentasse a respeito dessas unidades de conservação. No ano passado, estudando os tipos de vegetação, me lembro de ouvir falar do Parque Nacional de Itatiaia (RJ). E, imediatamente, desejei conhecer. Não pensei que nesse ano conheceria tantos.

Sobre a minha experiência o que tenho a dizer é muito simples:
São formados de algo que jamais um ser humano poderá realizar. 
Somente nos cabe preservar.

Mas eu também me diverti muito. Na Chapada Diamantina, por exemplo, eu subi morro, tomei banho de cachoeira, nadei em rio, em poço e achei até que era um "Parque de Diversões". No PARNA Sempre-Vivas,  eu adorei andar de 4x4 pelos Campos Rupestres, me senti em uma aventura emocionante. Em Jericoacoara foi lindo o pôr do sol, aqueles de cinema bem ali no meio do mar. Nos Lençóis Maranhenses, bonito mesmo eram as "dunas alvinhas entre as lagoas fresquinhas"*. Ubajara foi demais! Tinha um teleférico que eu fiquei com medo, mas depois você se acostuma de tão rápido; descendo do bondinho estava a gruta linda e cheia de morcegos (meu animal preferido). Sete Cidades não conheci, mas volto um dia pra ver essas rochas magníficas.

Eu não sabia que o Brasil era tão grande, tão diverso e tão lindo.
Confesso, amei realmente.
E quem ama, cuida.

E ainda vou conhecer muito mais.
Aguarde!

(*) Tribo de Jah

Parque Nacional das Sempre-Vivas
Sede: Diamantina - MG
Parque Nacional da Chapada Diamantina
Sede: Lençóis - Bahia
Parque Nacional de Jericoacoara
Sede: Jericoacoara - Ceará



Parque Nacional de Ubajara
Sede: Ubajara - Ceará


Parque Nacional de Sete Cidades
Sede: Piracuruca - Piauí

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
Sede: Barreirinhas - Maranhão

sábado, 15 de novembro de 2014

domingo, 9 de novembro de 2014

Biodiversidade: Vida e Morte

Entre as muitas disciplinas novas e conteúdos que estudei em sala de aula e também fora dela, está a Biodiversidade. O que mais gosto sobre esse assunto, é saber que se trata de Vida; ou seja, a Biodiversidade é a diversidade da natureza viva.

Escuto isso o tempo todo. Muitas pessoas estão preocupadas com os animais na lista de extinção, com os espaços naturais invadidos pelas cidades, com os maus tratos em geral, com as mudanças climáticas, a seca, os incêndios, as enchentes, onde os primeiros que morrem sem chance de se recompor são os animais.

Mas vou falar uma coisa pra vocês, eu vejo animais mortos todos os dias pelas estradas do Brasil, e essa foi uma das coisas mais difíceis da viagem toda!

É chocante viajar e ver o tempo todo (o tempo todo mesmo!) cães, gatos, cabras, jegues, cavalos, raposas e toda sorte de espécies ao lado das rodovias, senão já mortos, em situação de risco.

E vejo e fico sabendo de animais mortos, torturados e explorados por todos os lugares que passo.

Isso, quem faz, é o próprio ser humano. 

A pessoa "simples" que olha essas vidas como objetos.
A pessoa "simples" que trata cada um deles como lixo.
A pessoa "simples" que os usa até as tripas. Usa, descuida, abandona.
A pessoa "simples" que, sem nenhum cuidado, dirige em alta velocidade pelas rodovias.
A pessoa "simples" que todo dia, o tempo todo, pratica essa miséria. Em sua vida!

Enquanto todo mundo se preocupa com as grandes catástrofes e com os grandes culpados, todos os dias diversos animais sofrem todo o tipo de desgraça praticada por pessoas ditas "de bem". Trabalhadores, mães e pais de família. 

Toda sociedade sabe falar e se propõe a ensinar sobre a biodiversidade e sobre a Vida.
Mas que tipo de sociedade pode nos explicar, nos falar e ensinar sobre a Morte?

Porque viver quase todo mundo sabe,
e me parece que matar também...

Golfinho morto esquartejado

Peixe-boi morto com um tiro na cabeça

Preguiça morta atropelada
Jegue morto atropelado
Tartaruga Marinha morta intoxicada 



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Conhecimento e Memória - Costa Norte do Brasil

Como disse em meu post anterior, enquanto viajo de Pipa (RN) para a Região Norte, conheço, experimento e estudo sobre a Costa Norte Brasileira.

O Brasil é banhado pelo Oceano Atlântico, desde o cabo Orange até o arroio Chuí, numa extensão de 7.408 km que aumenta para 9.198 km se consideramos as saliências e as reentrâncias do litoral, ao longo do litoral se alternam praias, falésias, dunas, mangues, recifes, baías, restingas e outras formações menores.

Geofisicamente o litoral nordeste é formado pela junção da costa norte com a costa leste. Portanto é o único dos litorais do Brasil que possui metade da costa norte e metade da costa leste, com mais de 3 mil km de extensão.

Esse país é muito grande mesmo. Essas "reentrâncias" são estuários, braços de mar, igarapés e muitos outros pedacinhos que se formam com o encontro da terra com o mar, por onde temos navegado e acessado de várias formas.

Tenho visto tudo com meus olhos, vivido tudo com meu corpo e guardado tudo em minha alma.
Tudo já é Conhecimento e tudo vai virando Memória.

Neste momento não estou em sala de aula,
mas a Geografia já faz tempo que está em mim.

Elementos da Costa Norte do Brasil
Ceará, Piauí e Maranhão


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Quando a Competência faz a Diferença

Se os candidatos não foram muito competentes em seus discursos e se a Presidenta Dilma não é muito competente em seu trabalho, eu realmente não sei. O que sei é que as demandas do meu dia-a-dia, como o próprio termo já diz, acontece agora, não dá pra esperar todo mundo se acomodar em suas mesas e decidir o meu presente ou o meu futuro de tão longe.

Há uma Resolução, mas não há normas para o atendimento do aluno itinerante em território nacional. Por conta disso, ficamos à mercê de profissionais interessados ou não, competentes ou não.

 O que sei realmente é que a competência da equipe Escola Vicência Castelo, na Praia da Pipa, está fazendo uma grande diferença em nossa vida.

Esclarecendo um pouco a questão, digo que permaneço matriculada na escola enquanto viajo por alguns dias pela costa norte do país. Saí de Pipa com uma orientação de estudos completa, de todas as matérias, com atividades, estudos e até uma entrevista pra ser realizada em minha ausência na cadeira do prédio. Sim, porque não estou fisicamente, mas continuo estudando durante este processo. Quando retornar, farei todas as avaliações perdidas no período. É como viajar e voltar, como faz qualquer aluno comum. 

Perdemos muito tempo em Minas Gerais, no primeiro semestre, porque não pensamos (e nem fomos orientadas) quanto a essa possibilidade. Tivemos que permanecer em São Thomé das Letras (a pior escola até agora) até terminar o primeiro bimestre; e depois tivemos que permanecer em Ouro Preto (a hospedagem mais cara até agora) para finalizar o segundo bimestre.

Nos dois casos era preciso nos ausentar da cidade pra localidades próximas. De São Thomé fomos para Tiradentes e São João Del-Rei por cerca de 15 dias. A única coisa que a diretora disse foi "Boa Viagem". Quando voltei pra fazer as avaliações, a professora de matemática ainda nem sabia da minha condição de ausente, e se negou a me dar as avaliações perdidas no período (*). Em Ouro Preto, a diretora foi informada que precisaríamos viajar por 10 dias, sendo solicitado que fosse feito um planejamento com minha mãe pra não ocorrer no período de avaliações... A diretora desapareceu, e quando minha mãe informou que viajaríamos, fui eu que apresentei as datas das provas na mesma semana. Resultado, tivemos que permanecer por 41 dias presas na cidade. Um terror!!!

(*) Este fato, entre outras ocorrências nessa escola, será denunciado à Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais.

Tudo isso pra que eu não perdesse matéria e não corresse risco de ser prejudicada nas avaliações de fechamento dos bimestres. Mas tudo isso atrapalhou muito, prejudicando nosso avanço pelas outras regiões, sobretudo a Região Norte.

Diante desse cenário, tivemos que encurtar nossa passagem do Rio Grande do Norte em diante; justamente o trecho mais difícil no que diz respeito a estradas, características e acesso em todos os sentidos. Muitas vezes temos que deixar o carro e seguir com outro veículo, devido a areia, aos rios e etc... Também o calor aumenta a cada Estado (e como faz calor!!!) complicando todo o trabalho, principalmente o fotográfico.

Nesta fase, não ficamos mais de três ou quatro dias nas localidades, a maior parte do dia estamos nos locomovendo com carros e/ou veículos apropriados ao trabalho da minha mãe, atrás de mangues, pássaros, animais e plantas de diversas espécies, se tornando inviável passar pelas escolas (na maioria dos lugares nem há escolas).

Se não fosse o constante acompanhamento da Escola Vicência Castelo e o esclarecimento de nossas possibilidades nessa condição de itinerância, tudo seria mais tenso e muito diferente nesse momento.

É por isso que digo que não basta apenas chegar na escola e fazer o seu "trabalho". Neste caso, o trabalho de estar presente. É preciso olhar com mais atenção às necessidades de cada aluno, itinerante ou não, procurando, na medida das possibilidades de nossa Legislação e da vontade de cada um, atender a todos. 

Ao contrário do que QUASE todo mundo pensa, nós alunos não somos uma massa, onde respostas padronizadas e sem reflexão podem ser dadas de forma indiscriminada. Somos educandos, cidadãos, temos direitos assegurados, seja dentro do padrão estabelecido, seja fora dele.

A maioria das pessoas aceitam, mas também nesse ponto minha mãe e eu somos diferentes.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

15/10 - Dia do Professor

Minha homenagem aos Professores que fazem diferença em nossas vidas.
Porque não basta estar em sala de aula ou passar o conteúdo obrigatório, é preciso mais do que isso. É preciso abrir caminhos.



sábado, 11 de outubro de 2014

"A Novidade Veio Dar À Praia"

Incansavelmente chegamos e iniciamos o discurso batido de que sou aluna itinerante, fico por cerca de 15 dias na escola, preciso realizar atividades para avaliação e preciso de um diagnóstico, sobretudo de matemática, com base no conteúdo curricular.

Depois de tantas decepções, menos com o Sistema Público de Ensino e mais com as pessoas que vivem dele, não esperávamos nenhum outro tipo de atendimento, a não ser aquele em que chego, frequento e saio da escola com todos indiferentes às minhas solicitações e necessidades, com desculpas esfarrapadas de quem na verdade já se tornou aquilo que mais critica.

Mas no "Vicência Castelo" foi diferente.

Além da efetivação da matrícula, levei comigo TODOS os livros didáticos e até o uniforme escolar.
No dia seguinte, primeiro dia de aula, já saí da escola tendo falado com TODOS os professores.
E o professor de matemática, na primeira aula, já ficou sabendo o que eu sabia com uma revisão que me fez na lousa, juntamente com toda a classe.

Além das aulas de matemática normais na parte da manhã, o Diretor também me disponibilizou aulas de reforço no período da tarde. E ainda sugeriu que acompanhasse o sétimo ano, caso estivesse adiantada em relação ao sexto. Fiquei chocada! Nada disso tinha me ocorrido antes.

Com a minha mãe não foi diferente.

Ela foi tranquilizada quanto às avaliações do final de bimestre.

Foi orientada a me manter matriculada na escola no período em que faríamos o percurso até a Região Norte do país, onde não estudaria em função do pouco tempo em cada localidade.

Teve a garantia de que o conteúdo seria todo organizado pelos professores durante minha permanência na escola e durante o período de viagem, para que em nosso retorno já deixasse a escola com as primeiras notas do último bimestre.

Quanta novidade na Praia da Pipa.

Baía dos Golfinhos - Praia da Pipa - Tibau do Sul
Rio Grande do Norte - Brasil




segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Escola Municipal Vicência Castelo - Praia da Pipa - RN

Sabe aquela história de que tudo é sempre ruim, igual e de que as coisas nunca mudam?
Eu mesma já cantei essa cantiga muitas vezes aqui, porque a história sempre se repetia.
Mas finalmente (olha que eu nem esperava mais), surgiu uma luz no fim do túnel.
Essa "luz", na verdade, não se trata de um milagre ou de qualquer fenômeno do gênero.
Essa "luz" surgiu na figura de um pessoa, um autêntico Profissional de Educação.

Isso se deu na Escola Municipal Vicência Castelo, na Praia de Pipa, no Município de Tibau do Sul, no Estado do Rio Grande do Norte, na esquina do Brasil.

E faço questão de dedicar alguns posts a essa experiência, onde não apenas fui "aceita" na escola, mas fui RESPEITADAVALORIZADA e ORIENTADA.

Para começar, quero descrever aqui a situação dessa escola, como a encontrei na minha chegada.
Vou listar aqui em tópicos, para ficar bem claro, e para nunca mais ninguém esquecer:

1. A escola possui Planejamento e Metodologia, testados e aprovados pela nossa prática;

2. Metodologia: "Motivação Profissional e Educacional";

3. 2013 - Medalha de Bronze na Olimpíada Internacional de Matemática "Sem Fronteiras";

4. 2013 - Premiação OBMEP - Olimpíada Brasileira de Matemática (total de sete premiações):

               4.1. 04 Menções Honrosas;
               4.2. 01 Professor de Matemática (meu Professor, inclusive);
               4.3. 01 Escola;
               4.4. 01 Secretaria Municipal de Educação.

5. 2013 - 1˚ Premiação - IFRN - Instituto Federal do Rio Grande do Norte;
                Alunos do 9˚ Ano da escola foram aprovados para cursar o Ensino Médio + Curso Técnico.

6. 2014 - Olimpíada Astronáutica e Astronomia - OBA

                6.1. Ouro, Prata e Bronze para Astronáutica;
                6.2. Premiação pelo Projeto de Astronomia.

Sim, a escola é pública.
Sim, os profissionais trabalham (e bem!).
Sim, a direção e a equipe funcionam juntos;
Sim, estudando em poucas semanas mais do que estudei o ano todo.
Sim, o Sr. Percival é o cara!!!

Quer mais?
Acompanhe os posts que há mais, muito mais!








   








domingo, 28 de setembro de 2014

Praia da Pipa - RN



Depois de cumprir o meu horário na sala de aula, eu ainda tenho a opção de dar uma voltinha pela minha nova localidade. Ao invés do trânsito de São Paulo e do Shopping logo ali, eu tenho o melhor do litoral do Rio Grande do Norte pra passear. São muitos quilômetros de praia, uma diferente da outra, e todas fazemos caminhando.

Já faz tempo que não sei o que é poluição. Não peguei um resfriado o ano inteiro e saio todos os dias pra ver o sol, o céu e o mar. Também tinha irritação na pele porque era muito seca, ficava vermelho e coçava, mas isso simplesmente desapareceu.

Agora vivo bronzeada, de biquini e só uso chinelo faz tempo... Aula de Educação Física, quando é fora da sala, é à beira mar.

Então, diante do exposto, acho que vai ser muito difícil eu me adaptar ao mundo fechado de uma criança em uma cidade grande.

Durante a viagem conquistei alguma independência. O suficiente pra dizer que não quero voltar, com certeza!!!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Imagem x Realidade

Eu já conhecia um pouquinho do Nordeste Brasileiro antes de viajar, mas conhecia como turista.
Dessa vez viajo como cidadã, tocando a minha vida e os meus estudos e aprendendo sobre o Brasil.
É diferente!

Confesso que tive medo de estudar nas escolas dessa região.
Tive medo porque todo mundo diz que se trata de lugares pobres, com menos recursos, castigados pela seca, pela baixa instrução, pela miséria mesmo... Fora o litoral e a beleza das praias, todo o resto me dava uma certa angústia.

Mas não é nada disso!

O contraste existe no país inteiro.
"Por fora bela viola, por dentro pão bolorento."

O que faz a diferença de cada uma das escolas no que diz respeito à perspectiva, são as pessoas.

Quem acha que a Região Sudeste é a mais rica e oferece melhores condições educacionais, não sabe de nada... Sabe apenas do que passa na televisão, o que ouve das mesmas pessoas com as quais convive deste sempre e o que pensa há tanto tempo que ainda não se deu conta que está ultrapassado.

Já morei no Rio de Janeiro, e pra quem não sabe, comecei lá na escola aos três anos de idade. Moro em São Paulo, considero boas as escolas que estudei (sempre estudei em escolas particulares e caras), mas o problema ali está do outro lado, nas crianças ou na forma como estão sendo educadas... Minha experiência em Minas Gerais, nem preciso dizer, está publicada aqui no Blog.

A boa notícia é que encontrei, no Rio Grande do Norte, uma boa escola.
Na verdade encontrei, no Rio Grande do Norte, gente interessada e dedicada.
Encontrei gente que trabalha de verdade.

Tenho aprendido muito com o universo ao meu redor.
Também tenho os meus desafios pessoais.
Estou crescendo e, às vezes, dói.

O Sudeste não era o que eu pensava.
O Nordeste não é o que eu pensava.

As crianças de São Paulo estão em um nível educacional menor do que eu esperava.
As crianças da estrada estão em um nível mental melhor do que eu esperava.

O Brasil não é o que eu imaginava.
O Mundo, com certeza, não é o que eu imagino.

E eu, o que sou, dentro e fora, diante de tudo isso?













sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Bom dia!

"Os melhores professores são aqueles que te mostram para onde olhar,
mas não dizem o que você deve ver."

Alexandra K. Trenfor




quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Costa Brasileira: Nordeste

O que eu mais  gostando em viajar pelo litoral brasileiro (fora a praia!) é a oportunidade de estar perto dos animais. Eu nunca pensei que veria e até tocaria os bichinhos do mar. E também não saberia, em escola nenhuma, tudo que tenho aprendido com os projetos de Educação Ambiental.

Depois que saí da Chapada viajamos para a costa da Bahia. O primeiro lugar que chegamos foi a Praia do Forte, porque no trabalho da minha mãe a colonização portuguesa e as invasões estrangeiras são muito importantes. E meio que tudo começou por ali.

Eu achei que o meu negócio seriam as praias maravilhosas, mas além disso tive uma grande surpresa, fomos avistar Baleias Jubarte em alto mar e conhecer o Projeto Tamar.

Imaginem a aventura. Aprendi tudo sobre os animais marinhos e muito sobre o oceano.
Fiquei encantada!!!

Essa foto aqui é uma montagem feita pelo pessoal para levar de recordação. Fiquei sabendo que as tartarugas marinhas são perigosas nesse sentido. Quem diria, com essa carinha! :)

Mas no projeto eu passei mesmo a mão naquele que eu juraria que me comeria viva: o tubarão!
Os monitores permitiram que eu passasse na espécie do Tubarão-Lixa, e ele ficou olhando enquanto várias pessoas o tocavam. Não fez nada. Um querido!!!

Vejam, quando não conhecemos as coisas não preservamos, falamos e fazemos besteiras.
Essa experiência me ensinou muita coisa, mas destaco aqui um aprendizado muito sutil.
Nunca devemos julgar, muito menos pelas aparências.

Educação Ambiental interessa, é bom para os animais, para o meio ambiente e para as pessoas. Devia ser matéria de escola!



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Escola Municipal Coronel Horácio de Matos - Lençóis - Bahia

Chegamos à escola e ressaltamos o que havia de mais importante: buscamos a atenção da direção em sentido geral, com foco nas avaliações do bimestre e a atenção dos professores de forma pontual.

Foi falado sobre a necessidade de um diagnóstico de conteúdo, sobre a necessidade de compartilhar a experiência com todos oficialmente e sobre a necessidade de documentação dos fatos. Como sempre fomos muito bem recebidas, tudo foi compreendido e a disponibilidade e envolvimento pareciam imediatas.

Minha mãe conseguiu, pela primeira vez, ter as portas abertas para falar diretamente com os professores. Com aqueles que encontrou, ela falou, e tivemos sim algum efeito positivo; menos com a professora de matemática.

Como já comentei aqui ocorreram mais faltas de professores do que em todas as escolas. Quando questionada as pessoas alegavam, invariavelmente, "problemas de saúde". Consideramos o fato de uma grande hipocrisia, visto que em muitas situações nas diversas cidades (que são sempre muito pequenas) encontramos os mesmos professores em outras atividades.

As faltas dificultaram não apenas as aulas como também as avaliações. E ao final, como já era esperado, nada de fato havia sido acompanhado pela direção e os professores improvisaram de verdade tudo que lhes foi solicitado.

Consideramos, no geral, que no limite de datas e horários a equipe conseguiu nos dar muito pouco do que foi pedido. Pouca atenção, pouco interesse, pouca matéria, pouca documentação.

Também sentimos um boa dose de falta de profissionalismo no dia-a-dia. Fui liberada inúmeras vezes da escola sem que minha mãe soubesse; fiquei sem aula, as aulas que tive não tinham qualidade, o que foi solicitado não foi entregue nos prazos, nenhuma comunicação foi feita e até os telefones que nos passaram nunca nos atenderam... A informalidade merece destaque nessa escola!

No final minha mãe ameaçou fazer um Boletim de Ocorrência porque eram 18 h de uma sexta-feira (partiríamos no dia seguinte) e a documentação ainda não havia sido entregue. No final saímos com a Declaração e algumas notas, mas avaliação mesmo só a nossa.

Simpatia não falta, o que parece que falta é trabalho!!!


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Aula na Estrada

Já faz um tempo que encerrei com a escola na Chapada.
Na última semana pegamos a estrada em direção ao litoral baiano.
Muita aula de clima e vegetação pelo caminho.
De uma só vez eu vi passar pela janela do carro a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica.
Escuto o termo "transição" toda vez que minha mãe pergunta sobre a vegetação.
E já aprendi muito de solo, clima, flora e fauna por minhas andanças.

No interior da Bahia destaque para o mandacaru, a palma e árvores de galhos secos.
O mandacaru é lindo, a palma refogadinha uma delícia e os galhos secos ensinam a sobreviver.

Quando não chove por um longo período, as árvores secam para reter a água e assim resistir melhor à estiagem, economizando recursos e energia.

Sabe de uma coisa, aprendi mais com as árvores secas da estrada do que com os professores da Chapada. Tá certo que foram apenas 10 dias, mas para um bom entendedor um pingo é um "i". 

Geografia, no caso, em duas semanas na escola tive apenas duas aulas, porque a professora faltou durante todo esse período... Muitos outros faltaram, sempre porque estavam "doentes".

Acho que esses professores precisam aprender mais com as plantas da sua região.
Será preciso resistir a falta de respeito generalizada e a falta de vontade pessoal.
A verdade é que, de uma forma ou de outra, tive que sobreviver a todos eles.


Palma - Iraquara _ Bahia

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Aprendendo com a Experiência

Esse foi o 4˚ dia de aula na Chapada, mas nesse dia eu faltei. 

Precisei acompanhar minha mãe no trabalho, como acontece muitas vezes, quando a pesquisa, caminhadas, fotografias ou filmagens levam o dia todo.

Pra mim é uma alegria, porque além do passeio e da diversão, tenho aula a céu aberto. Bem, às vezes debaixo d'água, dentro da terra, sob a pedra e por aí vai...

Nesse dia eu aprendi muito sobre história, geografia, ciências e até química e física. Olhando as imagens parece que foi só um dia divertido, mas tudo isso foi estudado: a composição do solo, a cor da água, a era geológica, o clima, a vegetação, a fauna, a flora, os minerais, a cultura local e tudo mais.

Mesmo que não desejasse aprender, eu fico escutando as extensas conversas, faço todo o roteiro e ando pra caramba. Mas o que eu contemplo mesmo é a beleza dos lugares, e agradeço a oportunidade de viver tudo isso.

Sim, faltei à aula. Mas soube que não foi só eu, professores também faltaram.

Sendo assim, no meu caso (que é excepcional, eu sei!), esse dia foi o mais produtivo e educativo de toda a semana. Basta uma lida nos posts anteriores pra que cada um tire suas conclusões.

Chapada Diamantina: Escola Viva!

Poço Azul, Morro do Pai Inácio, Rio Pratinha, Poço Encantado, Rio Paraguaçu e Gruta Lapa Doce
Chapada Diamantina - Bahia - Brasil

domingo, 24 de agosto de 2014

3˚ Dia - Chapada Diamantina - Bahia

Na Chapada eu estudo no período da manhã, e levanto 6 h pra poder tomar café e estar na escola que não é nada perto da pousada. É a única da cidade de Lençóis com 6˚ Ano. Então, pra mim não é fácil não.

1. Cheguei na escola e a professora de Educação Física me passou um trabalho de pesquisa sobre "Dança Folclórica Brasileira". Esse trabalho para uma nota do bimestre. Mas, eu ainda não compreendi, porque Educação Física passa trabalho teórico? Pra mim nota dessa matéria é pra "participação em aula", de preferência com atividade física.

Então, a aula não foi no pátio, foi na sala. Passamos 50 min copiando a orientação do trabalho na lousa, e, exercício mesmo, só da mão. Tudo bem, pelo menos o tema era dança, tudo haver com corpo. Mas a parte teórica bem que poderia ser vista na aula de Artes.

2. A segunda seria de Língua Portuguesa, mas a professora faltou. Fomos pra uma outra sala para assistir um vídeo sobre "As ações da água." Foram várias turmas juntas, e fora a pergunta da moça no final sobre o que era o vídeo, o restante foi a dispensa das outras aulas.

3. Cheguei não era 10 h na pousada, e de novo acho que nada valeu à pena nesse dia de aula. 

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

2˚ Dia - Chapada Diamantina - Bahia

E foi assim:

1. As duas primeiras aulas eram de matemática, e minha mãe chamou a professora à porta para falar um pouco sobre a minha situação e pedir um diagnóstico do meu conhecimento na matéria. Ela ainda não sabia a meu respeito, mas disse que faria esse trabalho comigo;

2. Ela me chamou na classe e pediu que na próxima aula levasse o livro da primeira escola, para avaliar e me orientar sobre o que podemos fazer. Estão em período de avaliações, e portanto preciso me preparar para deixar a escola com as primeiras notas do bimestre.

3. Depois ela passou exercícios de matemática em grupo, porque todas as salas da minha série se juntaram por falta de professores (pelo menos foi o que entendi). A sala ficou bem cheia e eu sentei com a Larissa e com a Kelly.

4. No final ficamos sabendo que não teríamos as outras três aulas, também por falta de professores. A moça surgiu na porta dizendo que o recreio tava cancelado e que todos estavam dispensados.

5. Atravessei boa parte da cidade com minhas colegas e cheguei na pousada sozinha, para espanto da minha mãe, que abriu a porta achando que era outra pessoa.

No final, como nas outras cidades, acabo surpreendendo chegando mais cedo. As escolas soltam mesmo os alunos, e se algum se "perder" no meio do caminho, ninguém vai ficar sabendo... Pelo menos não enquanto os pais acreditam que os filhos estão na sala de aula.

Zuado!!!

Revista "Viver Brasil"

É muito bom ver o nosso trabalho reconhecido, porque afinal de contas não é sempre que uma mãe sai viajando pelo Brasil com a filha (e a gata de estimação!). Também não é todo dia que aparece uma aluna itinerante na mídia. Eu mesma não encontrei nenhuma (ou nenhum) pelas escolas.

Obrigado, Fernando Torres e Márcia Queirós,
pelo interesse, pelo engajamento e pela matéria publicada hoje na Revista "Viver Brasil".

Apenas uma correção: estamos na Bahia, mas finalizamos a viagem no Estado do Rio de Janeiro.

http://revistaviverbrasil.com.br/plus/modulos/listas/?tac=noticias-ler&id=234#.U_PObPl6ZV0

Foto: Felipe "Serra Sertão"
Parque Nacional das Sempre-Vivas
Minas Gerais - Brasil

terça-feira, 19 de agosto de 2014

1˚ Dia - Chapada Diamantina - Bahia

Foi exatamente assim:

1. Chegamos na escola às 7:30 h e a vice-diretora, como combinado no dia anterior, não estava para me apresentar à turma. Então foi o rapaz da portaria que me levou na classe e minha mãe que me apresentou à professora de inglês e aos colegas;

2. Utilizando o nosso método de escolher uma colega pra passar o horário, a matéria e me levar pra conhecer a escola, minha mãe perguntou quem poderia ajudar, e Larissa levantou a mão mais rápido, com a carinha mais animada, e foi bem ela que minha mãe pescou dessa vez.

3. Entrei pra sala e a professora aplicou um prova. Eu não fiz porque nem sabia, nesse tempo fiquei anotando os horários e riscando minha folha. A professora, durante todo o tempo da prova, não fez nada. Eu não fiz e ela não fez. Em nenhum momento ela aproveitou a oportunidade pra me chamar, conversar um pouco comigo, saber do meu conhecimento de inglês e etc... Resumindo, não fez o seu trabalho.

4. A segunda aula também foi inglês, a professora pediu pra fazermos um exercício; como eu nunca tenho os livros (e mesmo avisados ninguém toma providências sobre isso), sentei com a Larissa. Só tratamos de vocabulário nessa aula. Felizmente, nessa matéria eu muito adiantada.

O método da aula foi básico: a professora explicou como fazer o exercício, sentou e nunca mais falou nada. Acho que inglês devia ser uma aula mais interativa, com mais personalidade. Essa foi bem pálida!!!

Ah, ela falou alguma coisa sim... Ficou chamando a atenção (senão "xingando") os meninos de dentro e fora da sala de aula que não ficavam quietos.

5. A terceira aula foi, na prática, Artes. Fizemos um porta-retrato com coisas que "já tínhamos em casa". Atividade de recortar e colar. Pessoalmente não achei nada produtivo, muito menos artístico.

6. Então chegou o recreio. Larissa comprou "geladinho"em uma casa perto da escola. Comprou um pra mim e um pra ela, e foi o que comemos. Eu tinha levado lanche, mas preferi compartilhar o "geladinho". Na cantina da escola o lanche foi biscoito e chocolate quente.

7. Fiquei sabendo pela Larissa que teríamos duas aulas vagas, porque a professora de Geografia faltou. Então fui à secretaria pra saber se era verdade, porque minha mãe já tinha avisado a diretora que não era pra me dispensar sem que ela soubesse. Confirmado! Então ligaram pra minha mãe e ela me pegou na escola com o "geladinho" na boca.

Fim do meu grande, porém curto, primeiro dia de aula em Lençóis/BA.

Atividade de Inglês - 50 min de aula

Atividade de Artes - 50 min de aula




Novidade no Blog

Iniciei em uma nova escola, que fica em uma nova cidade, que fica em um novo Estado.
Sim, estamos na Bahia, e aqui estudo por 15 dias em uma região inacreditável de tão linda.
Estou falando da Chapada Diamantina, e a nossa entrada foi pela bela Lençóis.

Como na escola a matéria em LP é produção de texto, e justamente na minha passagem o tema era o "Diário", então decidi que vou registrar no Blog o dia-a-dia na escola baiana, pois esta será a única que frequentarei por aqui. Assim, atendo o meu compromisso com a página e pratico ainda mais a produção de texto desse gênero.

Já adianto que não mudou muito em relação às escolas mineiras,
mas dessa forma pretendo que o próprio leitor do Blog tire suas conclusões.

Ah, como vai ser diário mesmo, vocês vão poder conhecer a minha rotina também fora da escola.

Não percam!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Política x Protagonismo Social

Ouvimos do candidato à Presidência, Aécio Neves, que a Educação em Minas Gerais é a melhor do Brasil. Em sua entrevista na televisão, ele ainda disse que a fazenda da família em Cláudio, cidade onde construiu um aeroporto que custou 14 milhões de Reais, é pequena, sem importância, e que portanto o empreendimento atende à população em geral.

Eu ainda não entendo nada de política, mas já entendo um absurdo.

Na minha opinião, o candidato foi muito infeliz em seus argumentos.
Na minha opinião, aeroportos não são mais importantes que escolas.
E na minha opinião, a Educação Pública de Minas Gerais não se mostrou boa.

Se o candidato fez isso como Governador, 
acho que vai mandar construir seu próprio céu se for Presidente.



sábado, 16 de agosto de 2014

Memorial e Avaliação Diagnóstica

Já faz um tempo que deixei Diamantina. Já estou em outro Estado e logo começo em outra escola.
Como será que vai ser fora de Minas Gerais?

Uma coisa é certa, nenhuma das escolas mineiras atendeu à solicitação de entrega do "Memorial Descritivo" feita pela minha mãe referente ao meu direito à informação. Esse documento deveria esclarecer de escola em escola aquilo que foi visto do conteúdo durante a minha permanência em cada uma delas, por disciplina, para que a próxima equipe pudesse avaliar o ponto em que me encontro em relação à classe.

O documento foi sempre solicitado, nunca questionado, jamais entregue e, portanto, negado.

Em contrapartida, nenhuma das escolas até agora avaliou o meu conhecimento. Nenhum diagnóstico foi realizado, nenhuma pergunta, sequer um papo informal. Nada!

Já falei inúmeras vezes aqui que tanto direção quanto professores me ignoraram completamente neste sentido. A preocupação de todos se restringe à documentação de entrada e saída, o Histórico Escolar ou Declaração da Escola, confirmando minha passagem.

O que eu aprendi, em que pé me encontro, o que acontece comigo, não importa a ninguém.
E todo mundo se faz de tonto!!!

O que percebi é que os colegas até preferem assim.
A maioria mais falta do que vai à aula.
E nunca, nunca mesmo, recebi um dever de casa.

Dever de casa, pelo que entendi, não é uma prática em escola pública.

Aliás, são estranhas algumas práticas nessas escolas.
Nada de dever de casa, quando passam algum exercício é absurdo, como por exemplo traduzir 50 palavras em inglês pelo Google Tradutor, ou escrever os números de 1.000 a 5.000 no caderno (esse último foi pra uma amiga do 5˚ Ano).

Então ficou ruim pra minha mãe saber como administrar a situação.
Os meus cadernos vivem vazios, lição não têm, e também não têm livros.
E ninguém se importa com isso, muito menos estão interessados em encontrar uma solução.

Esperam que eu vá embora, estou de passagem mesmo, e logo deixo de existir ali...
Pouco importa se a escola prestou pra alguma coisa, senão cumprir o seu papel de me receber.

Só pra constar, na Resolução N˚ 3 que trata do tema, há o seguinte parágrafo:

§ 2º A instituição de ensino deverá realizar avaliação diagnóstica do desenvolvimento
e da aprendizagem desse estudante, mediante acompanhamento e supervisão adequados às
suas necessidades de aprendizagem.

Se alguém conhecer uma que faz, no resto do Brasil, me avisa!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

E.E. Professor Leopoldo Miranda

Chegamos em Diamantina ainda no período de férias, quando as aulas começaram precisei acompanhar minha mãe pela região: São Gonçalo do Rio das Pedras, Capivari e Milho Verde. Resultado, iniciei na escola uma semana mais tarde.

"Pegar o bonde andando" se tornou minha especialidade, mas é verdade que fico sempre apreensiva quando chego em uma escola nova. Já sabia que dessa vez ficaria só 15 dias, mas o desafio é sempre o mesmo.

Eu tava com medo, o meu medo é sempre o de não fazer amigos logo de cara e ficar sozinha pelos corredores da escola... Mas isso nunca acontece, pedimos sempre pra direção me levar até a classe e me apresentar um dia antes, e minha mãe já pega uma colega na porta da classe logo no primeiro dia, pedindo que passe horários, matéria e etc... Funciona!!! Dessa vez a escolhida foi a Sabrina, e deu tão certo que se tornou uma grande amiga.

Bom, confesso, a classe inteira dos meninos queria namorar comigo já no primeiro dia. E teve um, Victor, que no último dia até me pediu em namoro pra minha mãe lá na pousada. Uau, que loucura!!!

Destaque nesse dia pra aula de Educação Física, era o primeiro dia do professor também, e ocorreu uma interação bem bacana entre todos do 6˚ Ano B. Resultado, foi a melhor escola que frequentei até agora. Pelo acolhimento, afeto e amizade das pessoas.

O mais engraçado foi na saída. Sabrina me levou pelo braço e me entregou pra minha mãe. Ela disse: "Pronto, tá entregue; e segura!". Amamos!!!

Fachada da Escola Estadual Prof. Leopoldo Miranda
Diamantina - Minas Gerais



sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SRE Diamantina - Exemplo!

E finalmente chegamos ao final do percurso em Minas Gerais.
Foram sete meses nesse Estado, três escolas e inúmeras cidades e/ou localidades visitadas.
E o melhor ficou pro final.

Mas antes de contar minha experiência na nova escola, vou dedicar este post ao atendimento exemplar da SRE Diamantina - Superintendência Regional de Educação.

Ainda em São Thomé das Letras, minha mãe entrou em contato com as três Superintendências mineiras: Caxambu, Ouro Preto e Diamantina, responsáveis pelas escolas estaduais "Jose Cristiano Alves", "Marília de Dirceu" e "Professor Leopoldo Miranda", respectivamente.

Apenas pra relembrar, o atendimento de Caxambu foi medíocre, por e-mail (negou atendimento presencial), sem pé nem cabeça, como se a Instituição estivesse em outro mundo, onde não existe cidadão. O atendimento de Ouro Preto foi "surreal", fora da realidade, uma vez que contatada por e-mail a Instituição nunca respondeu a qualquer solicitação e por telefone transferiu para a área (e para a pessoa) errada. Daí, calvário, a Inspetora não só desconhecia a Legislação TODA, como retornou o contato informando que eu não poderia estudar nas escolas da cidade, visto que não éramos de circo e nem ciganas... Que trauma!

Mas com Diamantina foi diferente. Meses antes de passar pela cidade, minha mãe entrou em contato por e-mail comunicando minha necessidade como aluna itinerante. E, sem maiores isso ou aquilo, recebeu a resposta que segue abaixo da Supervisora Regional:

Prezada Cristhiane,

A Equipe SRE Diamantina, especificamente a Divisão Pedagógica- DIVEP realizaram a leitura do e-mail observando criteriosamente os artigos da Resolução nº3 de maio de 2012.

Nesse sentido, preocupados em atender a sua solicitação entramos em contato com três escolas que ficarão preparadas para o acolhimento da sua filha tanto no aspecto afetivo, quanto pedagógico.

Sendo assim, você poderá optar pelas referidas escolas:

Escola Estadual Professor Leopoldo Miranda .
Rua Macau do Meio, 338. Centro
Fone: (38) 3531-3591

Escola Estadual Professora  Ayna Torres
Rua Professor Paulino Guimarães Júnior, S/Nº. Travessa da Glória
Fone: (38) 3531- 1051

Escola Estadual Joaquim Felício dos Santos
Rua Nazaré,233. Largo Dom João
Fone: (38) 3531-1378


Estamos à disposição para maiores esclarecimentos.

Preciso dizer mais?
Quem me segue aqui no Blog sabe que falo mesmo a verdade.
E a verdade, nesse caso, é o meu profundo agradecimento.

E agradeço não porque fizeram algo bom por mim, 
mas simplesmente porque fizeram bem o seu trabalho. 

Parabéns, SRE Diamantina.

(*) Para saber mais sobre o atendimento de Caxambu e Ouro Preto vide o histórico do Blog.







quarta-feira, 30 de julho de 2014

O Professor e o Aluno

O professor é um modelo pra muita gente.
Mas os professores são pessoas comuns que procuram suas próprias respostas.
Então o único modelo que cabe é o de realizar bem o seu ofício.
Seja num dia ensolarado, chuvoso ou enevoado.

Afinal, todos enfrentam dificuldades, todos os dias.
E muitos, inclusive os alunos, não são valorizados.

Tenho visto crianças e jovens levantar de madrugada e/ou caminhar 6 km, descalços, pra conseguir estudar. Tenho feito trilhas no Cerrado, e encontrado suas pegadas pelo caminho...

Aliás, os estudantes, na minha opinião, é a categoria mais desvalorizada do país.
Seguida dos BONS professores.

Porque, digo por mim, já encontrei muito aluno que serve de exemplo.
E já encontrei alguns professores bons e
muito professor ruim.